Reajuste do salário mínimo em 2018 é o menor em 24 anos, com perdas para os trabalhadores

08 de Janeiro de 2018

Não bastassem as perdas impostas pela reforma trabalhista, o brasileiro iniciou 2018 com mais uma triste notícia. O governo federal estipulou em R$ 954,00 o valor do salário mínimo para este ano. O reajuste é de apenas 1,81% sobre o valor de 2017, que era de R$ 937,00. O percentual aplicado é o menor desde o Plano Real, anunciado em 1994. Portanto, o menor dos últimos 24 anos.

Lamentamos profundamente esse retrocesso. As entidades sindicais poderão enfrentar dificuldades nas negociações salariais, não conseguindo fechar acordos que garantam a reposição das perdas, empurrando para baixo os pisos de diversas categorias. Ou seja, haverá um efeito cascata com consequências negativas, deixando cada vez mais longe o sonho de um salário digno para todos.

A notícia é triste, porque uma das principais conquistas do movimento sindical, em décadas de luta, foi a instituição da política de valorização do salário mínimo, considerada essencial para dinamizar a economia, combater a desigualdade social e melhorar as condições de vida dos mais pobres. Aplicada desde 2007, a valorização do mínimo virou lei em 2011, com a Lei 12.382/11.

Por esta política, o salário mínimo era corrigido pela inflação do ano anterior, acrescido da taxa de crescimento da economia de dois anos antes. E era aplicada independentemente dos ventos do mercado, exatamente com o objetivo de valorizar o trabalhador.

Pode parecer pouca coisa, mas não é. Segundo dados do Dieese, cerca de 48 milhões de trabalhadores, do campo e da cidade, têm como base o salário mínimo. Há, também, os trabalhadores com carteira assinada e do mercado informal que não recebem salário mínimo, mas cujos rendimentos são referenciados por essa base salarial.

Medidas como essas demonstram que 2018 será um ano difícil e que exigirá muita luta dos trabalhadores. Não podemos permitir retrocessos e a retirada de direitos tão arduamente conquistados ao longo da história.

Por isso, fica o nosso convite para que você, trabalhador, se una ao Sitipan. O sindicato existe para garantir os direitos dos trabalhadores por meio das convenções coletivas que são negociadas todos os anos com os patrões. Mas sozinho não tem forças suficientes para vencer tamanhos desafios. Esperamos por você para fazermos de 2018 um ano melhor e mais justo para todos.

Diretoria do Sitipan

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