IGPs tendem a entrar em queda neste fim de ano

11 de Outubro de 2012

Preços devem pressionar menos

 

Rio - A inflação medida pelos índices gerais de preços (IGPs) da Fundação Getulio Vargas (FGV) tende a entrar em um ciclo de desaceleração, segundo o coordenador de Análises Econômicas do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, Salomão Quadros. Ele argumenta que não existem, neste fim de ano, fatores econômicos que motivem o avanço dos preços, como os choques de ofertas dos produtos agrícolas que marcaram o primeiro semestre de 2012.

A primeira prévia do Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M) já captou uma desaceleração da inflação, ficando em 0,31% no início deste mês, após variar 0,59% na primeira prévia de setembro. Esta foi a menor taxa registrada desde março deste ano, quando o índice ficou em 0,23%. Com este resultado, o indicador acumula altas de 7,42% no ano e de 7,83% em 12 meses até a primeira prévia de outubro.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) registrou variação de 0,29%, na primeira prévia de outubro. No mesmo período do mês de setembro, a taxa foi de 0,75%. A taxa de variação do índice referente a Bens Finais avançou de 0,57% para 0,81%. Contribuiu para este movimento o subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de 1,85% para 3,13%. No estágio dos Bens Intermediários, a taxa de variação passou de 0,53% para 0,72%. A principal contribuição para esta aceleração partiu do subgrupo materiais e componentes para a manufatura, que passou de 0,40% para 0,75%.

O índice referente a Matérias-Primas Brutas registrou variação de -0,79%. No mês anterior, a taxa foi de 1,23%. Os itens que mais influenciaram a trajetória deste grupo foram: soja (em grão) (3,48% para -3,28%), milho (em grão) (1,62% para -3,71%) e aves (5,58% para 1,03%). Com taxas em sentido ascendente, destacam-se: café (em grão) (-4,63% para 2,03%), mandioca (aipim) (0,73% para 11,70%) e bovinos (1,11% para 2,59%).


Consumidor - O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) apresentou, na primeira prévia do mês, uma alta de 0,41%. No mesmo período do mês anterior, a taxa foi de 0,29%. Sete das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram acréscimo em suas taxas de variação: Vestuário (-0,72% para 0,05%), Comunicação (-0,02% para 0,59%), Alimentação (0,53% para 0,66%), Habitação (0,40% para 0,52%) e Educação, Leitura e Recreação (-0,13% para 0,19%), Despesas Diversas (0,09% para 0,27%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,34% para 0,38%).

Para cada uma destas classes de despesa, destacam-se os itens: roupas (-1,27% para 0,01%), tarifa de telefone móvel (0,06% para 1,33%), carnes bovinas (0,51% para 2,72%), empregada doméstica mensalista (0,22% para 0,96%), passagem aérea (-4,59% para 3,80%), alimentos para animais domésticos (-0,49% para 1,17%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (-0,04% para 0,78%), respectivamente.

Em sentido contrário à tendência do índice, apresentou recuo em sua taxa de variação o grupo Transportes, cuja taxa passou de 0,43% para 0,11%. Nesta classe de despesa, a maior contribuição partiu do item automóvel novo (1,35% para 0,31%).

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) apresentou, no primeiro decêndio de outubro, taxa de 0,21%. No primeiro decêndio de setembro, a taxa foi de 0,16%. O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços registrou variação de 0,43%. No mês anterior, a taxa havia sido de 0,34%. O índice que representa o custo da Mão de Obra não apresentou variação no primeiro decêndio de outubro, resultado que já havia ocorrido no primeiro decêndio de setembro. (AE)

 

Fonte: Agência Estado

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