Economia não chega à conta de luz

15 de Outubro de 2012

Durante o período, clientes adiam, mas não reduzem o consumo de energia

 

 

SÃO PAULO. O horário de verão, que começa no próximo dia 21 nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, trará uma diminuição da demanda de energia nos horários de pico entre 5% e 5,5%, dando maior estabilidade ao sistema elétrico, mas não representará redução da conta de luz para o consumidor. A avaliação é do professor Reinaldo Castro Souza, do Departamento de Engenharia Elétrica do Centro Técnico Científico da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (CTC-PUC-Rio). As informações são da Agência Brasil.

O professor explicou que a ideia é aproveitar a iluminação solar e diminuir o uso da iluminação artificial. Quanto mais próxima a pessoa está do hemisfério Sul, mais luz solar tem. O contrário ocorre para quem se encontra próximo ao Equador.

No verão, a ponta do sistema elétrico tende a ficar muito carregada das 18h às 21h, principalmente no horário de pico, quando a iluminação pública é ativada e as pessoas vão para suas casas, ligam a TV e aparelhos de ar condicionado. "A demanda de energia é muito alta nesse período." Com o horário de verão, não há a coincidência de uso de energia, principalmente de iluminação pública, destacou.

Para os consumidores residenciais, considerados de baixa tensão, o professor explicou que nenhuma melhora na conta, em termos financeiros, é percebida durante o horário de verão. Os consumidores continuam usando energia, mas apenas deslocam esse uso.

"Você só está ajudando o sistema elétrico brasileiro e o Operador Nacional do Sistema (ONS) a não terem que ligar termelétricas e fazer altas manobras para gerar mais energia".

Para o sistema, verifica-se uma redução da demanda. "Há uma queda, nesse período mais crítico, em torno de 5% da demanda. A potência demandada pelos consumidores vai ser menor nesse horário de ponta. As estimativas ao longo dos anos são em torno de 5% a 5,5% de redução de demanda. Mas o consumo praticamente fica o mesmo, principalmente para os consumidores de baixa tensão". Ressaltou, porém, que a diminuição da demanda é registrada somente nos dias quentes, quando a luminosidade natural é forte. Nos dias nublados e com chuva, a diminuição é zero.

O professor disse que para a indústria e o comércio, dependendo da tarifa que têm contratada com a distribuidora, pode haver algum ganho porque vão estar economizando nesse horário de ponta.

 

 

 

Fonte: O TEMPO

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