Empresários estão otimistas, mostra pesquisa
Os empresários mineiros estão otimistas e com boas expectativas em relação à economia do Estado. Mais da metade deles (59,9%) garante que seu negócio está melhor hoje do que no início do ano 2000 e um percentual maior, que chega a 80,4%, acha o mesmo sobre a situação de Minas Gerais. Por outro lado, o endividamento e a inadimplência do consumidor têm tirado o sono da maioria (71,7%) dos comerciantes, sendo a segunda maior preocupação do grupo a inflação, motivo de desconfiança para 17,2% dos entrevistados da pesquisa Percepção Econômica e Expectativas, realizada pela Federação do Comércio de Bens e Serviços de Minas (Fecomércio Minas), no período de 5 de setembro a 5 de outubro, quando foram ouvidos 417 empresários de todas as regiões do Estado.
Os dados captados na pesquisa indicam que a crise internacional não passa ao largo da rotina dos empresários mineiros, já que 67% deles afirmam que sentem o impacto dela em seus negócios. Mas é o quadro no Brasil que entusiasma e aquece o comércio, como o ambiente macroeconômico de estabilidade monetária, a evolução do emprego formal, o aumento da massa salarial e a inclusão de novas classe sociais no mundo do consumo. Aliado a este cenário surgiram as mídias digitais que acabaram por criar novos canais de compras e de troca de informações. Tudo isto, mais as sucessivas reduções da taxa básica de juros, a Selic, contribui para o incremento do consumo e indica que o aquecimento ainda vai permanecer.
De acordo com a pesquisa da Fecomércio, 67,8% dos empresários acreditam que seu faturamento ficará melhor daqui a seis meses, enquanto 27,6% falam em permanecer no mesmo patamar. Apenas 4,6% são pessimistas e preveem meses piores pela frente. Dentre os fatores que impactam negativamente os negócios estão a falta de mão de obra, apontada como principal obstáculo por 39,2% dos entrevistados, seguido pela dificuldade de acessar o crédito (22,6%) e pelo preço alto junto aos fornecedores (21,4%).
"A dificuldade de acesso ao crédito é uma realidade, principalmente para as empresas de menor porte. Entre as linhas de crédito, o capital de giro é a mais difícil de ser obtida para 48% dos empresários", informa Gabriel de Andrade Ivo, economista da Fecomércio Minas. Já para 26,9%, o crédito mais difícil é aquele solicitado para a aquisição de bens e, para 11,8%, a antecipação de recebíveis.
Sobre as medidas de estímulo ao consumo adotadas pelo governo, 60,6% dos comerciantes mineiros garantem que elas não contribuíram para impulsionar as vendas, mas 30,4% as consideraram fundamentais. Na verdade, a queda dos juros foi a mudança mais importante para ajudar a elevar as vendas, segundo afirmaram na pesquisa 45,5% dos entrevistados, enquanto 26,5% citam as desonerações do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) 22,4% da queda da taxa Selic e 5,6% as mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Em relação ao futuro próximo, 71,2% dos empresários estão otimistas com as vendas de fim de ano, apostando muito no resultado do Natal. Há um percentual menor, de 55,8%, que acredita em melhorar o desempenho em 2013, quando será realizada no Brasil a Copa das Confederações, de 15 a 30 de junho, tendo Belo Horizonte como um das sedes de jogos. Para esse evento, 45% dos empresários de Minas afirmam que não farão nenhum tipo de investimento, 26% disseram já estar investindo, 28% estão deixando para o ano que vem e 1% termina tudo até o final de 2012.
Fonte: Diário do Comércio