Sindicato protesta contra dispensas na ArcelorMittal

20 de Junho de 2012
por: Marta Vieira

O Ministério Público do Trabalho em Minas Gerais investiga denúncia de demissões na usina de Contagem, na Grande BH, do grupo siderúrgico ArcelorMittal como política de substituição de trabalhadores para contratações por salários mais baixos. A denúncia foi apresentada pelo Sindicato dos Metalúrgicos da capital e da cidade, que faz manifesto contra as dispensas, amanhã, às 6h, às portas da fábrica (antiga Belgo-Mineira), com a participação de representantes dos sindicatos de empregados da companhia em João Monlevade, na Região Central do estado; Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, e de unidades do Espírito Santo.

Levantamento feito em maio pelos sindicatos que congregam empregados das plantas industriais da ArcelorMittal no Brasil indicou um corte de 800 pessoas neste ano, depois do agravamento da crise econômica na Europa e nos Estados Unidos e do avanço das importações nacionais de aço. A siderúrgica Brasil não confirma os números. A empresa informou, ontem, por meio de sua assessoria de imprensa, não ter recebido comunicação do Ministério do Público do Trabalho.

Em nota encaminhada ao Estado de Minas, a companhia justifica dispensas como ajuste normal às condições do mercado de produtos. “A ArcelorMittal Brasil informa que as rescisões trabalhistas e respectivas contratações estão dentro de um índice de turn over natural e fazem parte de um processo de adequação do quadro da empresa à evolução do mercado”, diz.

Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte e Contagem, Geraldo Valgas, a siderúrgica demitiu 600 trabalhadores na unidade de Contagem neste ano, com vencimentos variando entre R$ 2,7 mil e R$ 3 mil, e contratou outras 700 pessoas com reumuneração 20% menor, em média. “Não se trata de uma rotatividade normal, mas de uma ofensiva para redução dos custos de mão de obra, em prejuízo do trabalhador”, afirma o sindicalista. A entidade requereu ação fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego e aguarda audiência marcada para 9 de julho no Ministério Público do Trabalho em Minas.

Em João Monlevade, o presidente do sindicato local, Luiz Carlos da Silva, diz que a intenção é repetir o manifesto em outras fábricas do grupo no país. “Há uma intenção de reduzir custos com o corte de salários.”Trabalhadores qualificados com salários na faixa de R$ 2,5 mil estariam sendo substituídos por empregados com vencimentos na faixa de R$ 1,6 mil, conforme o sindicato. Parte dos ajustes estariam sendo feitos, de acordo com o sindicalista Edemir Guimarães, de Juiz de Fora, e trabalhadores aposentados ou mais antigos, que ganhavam salários mais altos em comparação aos de seus substitutos, estão sendo dispensados.

 

Fonte: Estado de Minas

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