Governo vai exigir maior qualificação de empresas
Brasília - O presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, afirmou ontem que o governo poderá exigir maior qualificação dos grupos que quiserem participar dos próximos leilões de aeroportos que devem ser concedidos à iniciativa privada.
Segundo ele, no modelo de licitação utilizado para os aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília, realizado em fevereiro, o governo priorizou a competitividade. Para as próximos aeroportos, Figueiredo defendeu um equilíbrio entre qualificação e competitividade. Mesmo com uma preocupação maior com a qualificação, ele não acredita que as exigências possam gerar menor valor de outorga pago ao governo.
"O modelo anterior não levou em consideração um corte muito rigoroso da qualificação. Se você quer uma qualificação maior, tem que fazer essa exigência no edital", afirmou, após participar de reunião no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.
"Se eu não exigir nenhuma qualificação, não precisar ter capital ou conhecimento, provavelmente qualquer um de nós pode disputar e você vai ter uma disputa acirrada por aquilo. Só que você perde, eventualmente, na qualidade para tocar aquele negócio", acrescentou.
No leilão realizado em fevereiro, o governo exigiu dos grupos experiência prévia na administração de aeroportos com movimentação de pelo menos cinco milhões de passageiros por ano. Figueiredo afirmou, porém, que as exigências do governo no próximo edital podem envolver outros aspectos, além da quantidade de passageiros. Ele citou como exemplo a minuta do edital do Trem de Alta Velocidade (TAV), no qual o governo exigiu experiência de dez anos na gestão desse tipo de transporte, além de nenhum acidente com mortes que tenha sido imputado à empresa nesse período. (AE)