Usar o 13º para quitar dívida é bom negócio
O pagamento do 13º salário deverá injetar cerca de R$ 131 bilhões na economia brasileira até dezembro, o que corresponde a 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. O valor é 10,5% maior do que o estimado para o ano passado (R$ 118 bilhões). Os índices foram divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Quitar dívidas, principalmente as de cartão de crédito e de cheque especial. Este é o conselho do economista e professor do Ibmec, Ari Francisco de Araújo Júnior, para o trabalhador que irá receber o 13º e está no vermelho. Ele lembra que os juros cobrados por esses serviços são bem mais altos que os de qualquer aplicação.
Conselho que foi seguido pelo casal de aposentados Ana Pereira Pinto, 71, e Augusto Pereira Pinto, 77, de Caxambu, Sul se Minas.
"Já recebemos a primeira parcela e aproveitamos para ficar em dia com o banco. Pagamos o cheque especial e as prestações de um empréstimo que estavam pendentes, diz Ana. Com a outra parcela do 13º, os dois, que recebem um salário mínimo cada por mês, pretendem quitar o IPVA e o plano de saúde.
O 13º salário será pago a cerca de 80 milhões de brasileiros, sendo 49,3 milhões de trabalhadores do mercado formal (1,9 milhão de empregados domésticos) e 30,6 milhões aposentados e pensionistas. O número de beneficiados também subiu (2,5%) neste ano em comparação com 2011. Para quem não têm dívidas pendentes, Ari Júnior recomenda a aplicação do dinheiro.
Segundo ele, no entanto, o tipo de aplicação estará relacionado ao perfil do trabalhador. Se a intenção é usar o dinheiro para pagar dívidas de início do ano, como IPTU, IPVA e mensalidade escolar, o ideal é aplicar o 13º salário em poupança e/ou CDB, considerando-se que o valor poderá ser sacado rapidamente em caso de necessidade.
Para o trabalhador que não têm dívidas no momento e ainda possui uma reserva para as principais despesas de início de ano, o professor sugere o investimento do 13º salário no mercado de ações.
Fonte: O TEMPO