Brasileiro ganha mais tempo para comprar o carro novo
25 de Outubro de 2012
por: Deco Bancillon
Presidente anuncia prorrogação do IPI menor para veículos até o fim do ano. Montadoras comemoram extensão do incentivo que acabaria agora e projetam recorde de vendas no ano
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Em visita ao Salão do Automóvel, Dilma Rousseff antecipou ontem decisão de manter desconto fiscal para modelos nacionais por mais tempo |
O governo federal vai tirar do bolso R$ 800 milhões, que é a renúncia fiscal estimada, para assegurar o IPI menor até o fim do ano. Com isso, espera estimular o consumo interno e garantir que o Natal deste ano seja melhor do que o de 2011, quando parte das encomendas do varejo ficou encalhada por falta de pedidos.
Para o chefe do Departamento Econômico da Confederação Nacional do Comércio (CNC) e ex-diretor do Banco Central, Carlos Thadeu de Freitas, contribui para um Natal melhor este ano o fato de a economia já estar em um ritmo de recuperação, ao contrário do que ocorreu no fim de 2011. “Além do IPI menor, que sem dúvida ajuda nas vendas, a atividade interna está começando a crescer mais. Já no ano passado, nessa época, a economia estava começando a declinar”, lembra.
Recorde de vendas No que depender das montadoras, este fim de ano tem tudo para superar 2011. Com a prorrogação do IPI anunciada ontem pelo governo, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) disse esperar que as vendas de autos e comerciais leves ultrapassem as 3,67 milhões de unidades, um recorde histórico para o setor. Anualmente, isso garantiria um resultado 6% melhor sobre 2011.
Para a entidade, isso se deve em grande parte à segunda renovação do IPI anunciada ontem pelo governo. As montadoras esperam que o volume de vendas diárias da ordem de 16,3 mil veículos se mantenha até o fim de dezembro. Isso representa uma alta de 30% no volume de emplacamentos verificado em maio deste ano, antes do IPI menor.
Desde então, a indústria vem, mês a mês, desovando os elevadíssimos estoques nos pátios das fábricas, que chegaram a ser, antes da desoneração, de 43 dias de vendas. Atualmente, esse encalhe corresponde a 30 e 32 dias, o que já equivale à normalidade do prazo médio de reposição, segundo estimativas da Anfavea.
Investimentos Questionado pelo Estado de Minas sobre qual impacto a medida anunciada ontem teria sobre os estoques, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi enfático: “Se os estoques estão normalizados, isso significa que eles (empresários da indústria) têm que aumentar a produção e o investimento (no Brasil)”, disse.
Ainda que não tenha exigido que as montadoras destinem mais recursos para ampliação de fábricas como condição para aproveitar o benefício da isenção do IPI, a equipe econômica espera que os investimentos do setor se ampliem neste fim de ano. “O Brasil, hoje, é um dos poucos países que estão atraindo novos investimentos na indústria automobilística. Nos outros países nós estamos vendo anúncios de fechamento de fábricas de automóveis. Mas aqui, nós queremos que a indústria automobilística cresça, indiferente à crise que afeta as outras economias”, disse Mantega.
Ampliando investimentos, a indústria espera aumentar também a capacidade de produção de carros no Brasil. Segundo projeção da Anfavea, até 2020 o número de carros fabricados no país deve chegar a 5 milhões de unidades por ano. Isso representaria um avanço de 31,5% sobre a projeção estimada para 2012, de 3,8 milhões de automóveis.
Ainda que não tenha exigido que as montadoras destinem mais recursos para ampliação de fábricas como condição para aproveitar o benefício da isenção do IPI, a equipe econômica espera que os investimentos do setor se ampliem neste fim de ano. “O Brasil, hoje, é um dos poucos países que estão atraindo novos investimentos na indústria automobilística. Nos outros países nós estamos vendo anúncios de fechamento de fábricas de automóveis. Mas aqui, nós queremos que a indústria automobilística cresça, indiferente à crise que afeta as outras economias”, disse Mantega.
Ampliando investimentos, a indústria espera aumentar também a capacidade de produção de carros no Brasil. Segundo projeção da Anfavea, até 2020 o número de carros fabricados no país deve chegar a 5 milhões de unidades por ano. Isso representaria um avanço de 31,5% sobre a projeção estimada para 2012, de 3,8 milhões de automóveis.
Esforço para conter preço
Brasília – O governo espera que a nova prorrogação do desconto do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis, que passa a valer até o último dia do ano, deverá dar uma contribuição para que os preços praticados pelas montadoras continuem baixos para o consumidor. “Se nós suspendêssemos a desoneração, provavelmente as empresas iriam aumentar os preços, recolocar o IPI em novembro e dezembro. E nós queremos que os preços continuem baixos, bem comportados”, explicou ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
O recado tem direção certa. Com a alta dos preços em disparada por conta, principalmente, da maior pressão dos alimentos, o governo tem tentado sinalizar para o mercado que vai agir sempre que possível para reduzir a inflação, que deverá fechar o ano na casa dos 5,5%, segundo acreditam analistas ouvidos pelo Estado de Minas. O número ultrapassa em um ponto percentual o centro da meta de inflação perseguida pelo Banco Central (BC), de 4,5% ao ano, e fica apenas um ponto abaixo do teto da meta, de 6,5%.
Para o economista-chefe do BES Investimento, Jankiel Santos, ao prorrogar pela segunda vez no ano o desconto do IPI para carros, o governo deverá conseguir reduzir, pelo menos em parte, a alta de preços neste fim de ano. “Vamos calcular de novo (a inflação) para novembro, mas para dezembro, acredito que o efeito ainda negativo da alta dos alimentos deve compensar essa menor pressão dos preços dos carros”, disse.
Atento a esse movimento de alta, Mantega explicou que a ideia do governo é continuar adotando medidas que possam reduzir essa pressão sobre os preços ao consumidor. “Sempre que nós pudermos contribuir para baixar a inflação, nós continuaremos contribuindo”, assegurou.
Para o estrategista-chefe do Banco WestLB, Luciano Rostagno, ainda que tenha garantido uma folguinha à alta de preços neste fim de ano, o número fechado em 2012 deve ficar mesmo em torno de 5,5%. “A verdade é que todo o mercado já esperava essa prorrogação, portanto não houve alteração das nossas previsões”, afirmou. (DB)
Brasília – O governo espera que a nova prorrogação do desconto do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis, que passa a valer até o último dia do ano, deverá dar uma contribuição para que os preços praticados pelas montadoras continuem baixos para o consumidor. “Se nós suspendêssemos a desoneração, provavelmente as empresas iriam aumentar os preços, recolocar o IPI em novembro e dezembro. E nós queremos que os preços continuem baixos, bem comportados”, explicou ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
O recado tem direção certa. Com a alta dos preços em disparada por conta, principalmente, da maior pressão dos alimentos, o governo tem tentado sinalizar para o mercado que vai agir sempre que possível para reduzir a inflação, que deverá fechar o ano na casa dos 5,5%, segundo acreditam analistas ouvidos pelo Estado de Minas. O número ultrapassa em um ponto percentual o centro da meta de inflação perseguida pelo Banco Central (BC), de 4,5% ao ano, e fica apenas um ponto abaixo do teto da meta, de 6,5%.
Para o economista-chefe do BES Investimento, Jankiel Santos, ao prorrogar pela segunda vez no ano o desconto do IPI para carros, o governo deverá conseguir reduzir, pelo menos em parte, a alta de preços neste fim de ano. “Vamos calcular de novo (a inflação) para novembro, mas para dezembro, acredito que o efeito ainda negativo da alta dos alimentos deve compensar essa menor pressão dos preços dos carros”, disse.
Atento a esse movimento de alta, Mantega explicou que a ideia do governo é continuar adotando medidas que possam reduzir essa pressão sobre os preços ao consumidor. “Sempre que nós pudermos contribuir para baixar a inflação, nós continuaremos contribuindo”, assegurou.
Para o estrategista-chefe do Banco WestLB, Luciano Rostagno, ainda que tenha garantido uma folguinha à alta de preços neste fim de ano, o número fechado em 2012 deve ficar mesmo em torno de 5,5%. “A verdade é que todo o mercado já esperava essa prorrogação, portanto não houve alteração das nossas previsões”, afirmou. (DB)
Fonte: Estado de Minas