Nova rodoviária fica para 2013

25 de Outubro de 2012
por: Mara Bianchetti

Problema com remoção de famílias atrasa obras no São Gabriel em pelo menos 4 meses

 

As obras de construção do novo terminal rodoviário da Capital, no bairro São Gabriel, na região Nordeste da cidade, terão início somente em 2013, ao contrário do que anunciou a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) em agosto, quando da apresentação do detalhamento do empreendimento. De acordo com informações da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), o projeto somente sairá do papel quando os processos de desapropriação, remoção e reassentamento estiverem concluídos, o que deverá ocorrer no começo do próximo ano.

A Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel), por sua vez, informou que a previsão inicial era de que tais processos fossem encerrados em setembro, o que não ocorreu em virtude da complexidade das remoções. Segundo a assessoria de imprensa da companhia, o trabalho envolve diversos conflitos e negociações permanentes, além de algumas pendências judiciais.

A estimativa é de que sejam gastos entre R$ 30 milhões e R$ 40 milhões somente nesta etapa. Mas, ao todo, os aportes acerca do empreendimento chegarão a quase R$ 100 milhões. Deste total, a SPE Terminal Belo Horizonte S/A, empresa ganhadora da licitação e que ficará responsável pela construção, implantação, gestão, manutenção e operação do terminal arcará com R$ 62,6 milhões. Somente a construção da rodoviária custará cerca de R$ 50 milhões. O restante será dividido entre as obras viárias a serem realizadas no entorno do empreendimento (R$ 6,5 milhões) e o pagamento da outorga (R$ 6,1 milhões).

No total, 301 famílias serão realocadas. Destas, apenas 13 terão direito à desapropriação. As demais (287) serão indenizadas apenas pelas construções. Neste caso, metade optou (144) pelo reassentamento em unidades habitacionais que estão sendo construídas pela prefeitura e a outra metade preferiu a indenização.

Conforme informou a Urbel, cem das 287 já saíram da área e ainda falta remover 187 domicílios. Além disso, o órgão já informou os valores de avaliação das benfeitorias de 276 famílias e as outras dez já foram notificadas para que compareçam ao escritório localizado próximo ao empreendimento para tomar conhecimento do valor da avaliação de sua benfeitoria ou, se for o caso, providenciar algum documento pendente.

Já em relação às 187 famílias que ainda permanecem no terreno que irá abrigar a futura rodoviária, a Urbel informou que 26 aguardam o cheque da indenização da benfeitoria; 13 estão procurando nova moradia; 19 estão procurando nova casa para ser alugada com recurso do programa Bolsa Moradia, enquanto aguardam o apartamento ficar pronto; 12 casos foram encaminhados para a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), pois as famílias apresentaram a escritura do imóvel, e pode ser caso de desapropriação; 9 entraram com processo na Justiça; 108 estão com documentação pendente ou indecisos sobre as opções de reassentamento, ou ainda discordam do valor de avaliação da benfeitoria.

Com mais este atraso, o empreendimento será erguido com bem mais de um ano do previsto, já que o primeiro edital para a escolha do responsável pela construção e administração da nova rodoviária da Capital foi publicado em 10 de novembro de 2010 e previa o início dos trabalhos em julho de 2011. Já o início das operações está previsto para o primeiro semestre de 2014.


Estrutura - O projeto prevê que o novo terminal rodoviário tenha dois pavimentos, com 35,5 mil metros quadrados de área construída, e seja ligado por passarelas à Estação BHBus São Gabriel. Estão previstas 41 plataformas, com expansão para 56 caso seja necessário, área de estocagem com capacidade para 23 ônibus, 400 vagas de estacionamento coberto para automóveis, embarque e desembarque no mesmo nível e praça de alimentação.


Depois do início das operações do novo terminal, a antiga rodoviária do centro de Belo Horizonte será usada como um terminal para ônibus metropolitanos e também atenderá à demanda dos ônibus de turismo que chegam e partem da Capital. Antes, porém, segundo já informou o presidente da BHTrans, o governo do Estado irá licitar as obras de reforma do prédio.

 

Fonte: Diário do Comércio

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