ICC apresentou ligeira queda em outubro, diz FGV

26 de Outubro de 2012

Rio - Os consumidores brasileiros ficaram menos propensos a comprar bens duráveis, segundo a Sondagem de Expectativas de Consumidor, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). O recuo nas expectativas de compras de bens duráveis (nos próximos seis meses) foi o principal responsável pela ligeira queda de 0,3% no Índice de Confiança do Consumidor (ICC), que ficou em 121,7 pontos em outubro, contra 122,1 pontos em setembro. No caso de bens duráveis, são considerados apenas eletrodomésticos e eletroeletrônicos, já que a sondagem da FGV exclui automóveis.

O ICC é dividido em dois indicadores: o Índice de Situação Atual (ISA), que subiu 1,0% este mês, e o Índice de Expectativas (IE), que recuou 1,0%, levando à queda de 0,3% no índice final - uma situação de estabilidade, na avaliação de Viviane Seda, coordenadora técnica da Sondagem de Expectativas do Consumidor. A queda nas expectativas de compras de bens duráveis levou ao recuo de 1,0% no IE, segundo Viviane. Mais do que isso, consolidou-se uma tendência de diminuição na intenção em comprar esses bens.

Em setembro, a intenção de compra de bens duráveis subiu 0,8% ante agosto, mas o recuo de 1,8% em outubro sugere que a recuperação do mês passado não se sustentou. Na média móvel trimestral, essa intenção cai 1,4% pela sondagem de outubro, mostrando a tendência de queda. Além disso, os 87,1 pontos registrados no indicador que mede a intenção de compras de bens duráveis foi o menor desde fevereiro (79,8 pontos), sugerindo que o Natal que se aproxima não será propício a gastos mais elevados.

"Nesse contexto, volta a preocupação em relação ao consumo. Será que a extensão de benefícios fiscais vai resolver o problema de incentivar o consumo?", questionou Viviane. "Nós não podemos crescer baseado no consumo. Temos que ter incentivo ao investimento", afirmou a pesquisadora, acrescentando que é difícil responder se mais incentivos ao consumo surtirão efeito.

O quadro de baixa propensão a comprar bens duráveis é marcado por compras antecipadas no início da isenção de impostos, alto comprometimento da renda com dívidas, demora da inadimplência em ceder e perspectiva de mais inflação corroendo os ganhos. Em relação à situação atual, a percepção do consumidor sobre a economia local pesou mais positivamente do que a situação financeira da família. O índice que mede a percepção das finanças familiares subiu apenas 0,4% em outubro ante setembro. (AE)

 

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