Selic subirá menos em 2013

30 de Outubro de 2012

Primeira alta deve ocorrer em outubro do ano que vem

 

Brasília - A taxa básica de juros deve subir menos em 2013. Analistas consultados pelo Banco Central (BC) projetam, segundo o relatório Focus divulgado ontem, que a Selic terminará o próximo ano em 7,75% ao ano. Na pesquisa anterior, o mercado contava com um patamar de 8,00% ao ano em dezembro, o que deve ser visto apenas em março de 2014.

Pela pesquisa, a primeira elevação de 0,25 ponto percentual deve ocorrer em outubro do ano que vem, levando a taxa básica para 7,50%. Outra alta adicional da mesma magnitude deve ser vista em novembro. A tendência de aumento da Selic continuará em 2014, na avaliação dos economistas. As projeções disponíveis no site do BC vão até abril daquele ano, quando a taxa deve ser de 8,50% ao ano.

O mercado financeiro também revisou para baixo as projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ao final do próximo ano. A mediana das estimativas cedeu de 5,42% para 5,40%. Mesmo assim, ficará acima do centro da meta de 4,50% estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Essa redução pode ser explicada, pelo menos em parte, pela expectativa menor em relação ao impacto dos preços administrados ou monitorados pelo governo, como energia elétrica, telefonia e derivados de petróleo. Isso porque a alta desse conjunto de preços deve ser de 3,00%, conforme a Focus, e não mais de 3,25% como revelado na semana anterior.

Para este ano, no entanto, a mediana da amostragem para o IPCA subiu de 5,44% para 5,45%. Esta é a 16ª semana consecutiva em que o BC registra alta nessas projeções. Para os economistas da Rosenberg & Associados, o movimento de revisão para cima tem se mostrado consistente e deve continuar nas próximas semanas até atingir a marca de 5,5%, exatamente um ponto percentual acima do centro da meta.

Apesar de a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ter sido mantida para este ano (1,54%) e o próximo (4,00%), houve uma deterioração na percepção dos analistas para a produção industrial nos dois anos. Para 2012, a expectativa é de uma queda na atividade do setor de 2,10% ante previsão anterior de recuo de 2,06%. Para 2013, a avaliação é de que haverá uma recuperação, já que a mediana aponta para uma expansão de 4,15%, que é menor do que a esperada na semana anterior, de 4,20%.

O mercado financeiro amenizou também sua projeção de déficit em transações correntes deste ano de US$ 56 bilhões para US$ 55,70 bilhões. Por trás dessa mudança está a previsão um pouco mais otimista para o saldo da balança comercial de 2012, que deve registrar um superávit de US$ 18,450 bilhões ante projeção anterior de US$ 18,090 bilhões. Para o Investimento Estrangeiro Direto (IED), que deve fechar o ano com ingresso de US$ 59,680 bilhões, não houve alteração na pesquisa do período. (AE)

 

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