Inflação se mantém em alta nos próximos meses
SÃO PAULO. O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S Brasil), medido pela Fundação Getúlio Vargas, Paulo Picchetti, prevê que a inflação se manterá em nível elevado nos próximos meses e em parte de 2013.
Para esta previsão, ele leva em conta o indicador de núcleo por médias aparadas do IPC-S, que fechou outubro em 4,96% no acumulado em 12 meses. Ele vinha caindo desde março, quando bateu em 5,54%, e chegou a 4,94% em setembro, mas voltou a subir.
"O núcleo do IPC-S está gravitando em torno de 5% e não parece que vai reverter esta trajetória", avalia Picchetti, que prevê taxa de inflação de 0,4% em novembro e elevou de 5,2% para 5,4% a previsão para o encerramento de 2012.
O índice de difusão, que subiu de 65,29% em setembro para 65,88% em outubro, também sustenta a tese. Em julho, este indicador tinha fechado em 58,53% e depois veio subindo.
"O índice de difusão mostra que, em termos de participação relativa, os preços dos alimentos, que são mais numerosos na composição do IPC-S, estão em um nível médio superior à média de 2011", diz.
Os preços dos alimentos, na média, desaceleraram o ritmo de alta ao passar de uma elevação de 1,04% em setembro para 0,67% em outubro. A carne bovina saiu de uma alta de 2,93% em setembro para 1,06% em outubro.
"Mas, nos dois casos, apesar da desaceleração, os preços ainda continuam em alta", afirmou o coordenador da FGV.
Os alimentos, de acordo com Picchetti, são apenas um exemplo de grupo de itens que vai continuar pressionando a inflação para taxas mensais incompatíveis com o centro da meta que o Banco Central, teoricamente, está perseguindo.
O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou que o BC continua mirando a meta de inflação. Ao ser indagado se a inflação acima de 5% o deixava desconfortável, Tombini respondeu que o "sistema é mirar na meta (de inflação)".
Fonte: O TEMPO