No Brasil, número de mortes por coqueluche quase dobrou

05 de Novembro de 2012
por: Jane E. Brody

Governo deve divulgar, neste mês, medidas para tentar Controlar a doença

 

Nova York, EUA. Está aceso o alerta para a coqueluche. O Ministério da Saúde confirma que há um aumento nos casos fatais da doença no Brasil. De janeiro a setembro deste ano, 57 mortes foram reportadas, todas de crianças com menos de um ano. Em 2011, foram 31 mortes no mesmo período.

Por isso, o governo brasileiro deve divulgar, ainda neste mês, uma nova estratégia para tentar conter o avanço da doença. Um novo protocolo, atualmente em fase de conclusão, irá recomendar que as gestantes com os sintomas da doença sejam tratadas com antibióticos. Também haverá o estudo de uma nova vacina dirigida para essa mesma parcela da população.

Nem a vacina nem a contração da própria doença, porém, garantem imunização vitalícia, e a cada três ou cinco anos há uma epidemia. Os EUA, por exemplo, estão vivendo uma exatamente neste momento, e esse poderia ser o maior surto de coqueluche dos últimos 50 anos, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) do país.

O professor de pediatria da Universidade da Califórnia, James Cherry, explica que, em uma pessoa que já teve a doença e foi imunizada para ela, os sintomas - nariz escorrendo ou entupido, pouca ou nenhuma febre e tosse - se assemelham tipicamente aos de uma gripe comum.

A tosse comprida, como a doença também é conhecida, é altamente contagiosa e se espalha de pessoa para pessoa por meio de tosses e espirros. Se alguém com a infecção entra em contato com uma criança não imunizada, o resultado pode ser catastrófico. Bebês que não estão completamente imunizados podem desenvolver pneumonia, problemas respiratórios graves e convulsões. A coqueluche pode até levar à morte.
Segundo o CDC, mais da metade dos bebês que contraem a doença deve ser hospitalizada com urgência.

Atualmente, no Brasil, a vacina é dada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para as crianças com dois,
quatro e seis meses de idade, e os reforços devem ser feitos aos 15 meses e aos cinco anos. Enquanto o novo protocolo do Ministério do governo não é publicado, é necessário manter os cuidados básicos com as doenças infecto-contagiosas: lavar as mãos com água e sabão, evitar aglomerações de gente, manter uma boa ventilação dos locais fechados e evitar o contato com pessoas já diagnosticadas com a doença.

Traduzido por Raquel Sodré
Imunização pode evitar o contágio de crianças
Nova York. A coqueluche começa inocentemente, muito parecida com uma gripe, e pode durar por semanas antes de entrar em seu sintoma mais clássico: os acessos de tosse.

É por isso que o especialista James Cherry, dentre outros especialistas, recomenda a qualquer pessoa com tosse que fique longe de crianças que ainda não tomaram a última dose da vacina contra a doença. A menos que se tenha certeza de que essa pessoa é imune ou que já tenha feito um exame laboratorial e o resultado tenha sido negativo para a coqueluche.

Qualquer indivíduo que tenha contato constante com crianças deve ser imunizado contra a doença.
Nos Estados Unidos, as mulheres grávidas que ainda não tomaram uma dose recente da vacina são orientadas a se vacinarem até o fim do primeiro trimestre da gestação. Mais difíceis de lidar são os pais, que também deveriam receber a imunização. De acordo com Cherry, porém, em um estudo realizado com famílias hispânicas nos EUA, 75% dos casos de coqueluche em crianças foram transmitidos por um membro da família, que não tiveram sua tosse reconhecida como a tosse comprida. (JEB/NYT)
Fonte: New York Times/O TEMPO

Avenida Amazonas, 491, sala 912, CEP: 30180-001, Belo Horizonte/MG - Telefone: (31) 3110-9224 | (31) 98334-8756