IGP-10 tem deflação de 0,28% em novembro
Rio de Janeiro - A inflação de novembro medida pelo Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) IGP-10 variou -0,28% após avançar 0,42% em outubro.
No caso dos três indicadores que compõem o índice, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPA-10) teve queda de 0,57% este mês, após subir 0,40% em outubro. Por sua vez, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10) apresentou avanço de 0,36% em novembro, em comparação com a alta de 0,57% no mês passado. Já o Índice Nacional de Custo da Cosntrução (INCC-10) teve taxa positiva de 0,22% em novembro, em comparação com o aumento de 0,24% em outubro.
Até novembro, o IGP-10 acumula alta de 6,75% no ano; e de 6,95% em 12 meses. O período de coleta de preços para o indicador deste mês foi do dia 11 de outubro a 10 de novembro.
A inflação agropecuária continua perdendo força no atacado. Os preços dos produtos agrícolas atacadistas apresentaram deflação de 1,10% em novembro, desaceleração em comparação com a alta de 0,53% apurada em outubro, no âmbito do IGP-10. Segundo a FGV, os preços dos produtos industriais no atacado também desaceleraram e tiveram queda de 0,35% este mês, após elevação de 0,34% em outubro.
Dentro do Índice de Preços por Atacado segundo Estágios de Processamento (IPA-EP), que permite visualizar a transmissão de preços ao longo da cadeia produtiva, os preços dos bens finais caíram 0,70% em novembro, em comparação com a alta de 0,60% em outubro. Por sua vez, os preços dos bens intermediários tiveram aumento de 0,09% este mês, após avançar 0,67% em outubro. Já os preços das matérias primas brutas apresentaram taxa negativa de 1,24% em novembro, após caírem 0,16% em outubro.
Tendências - A deflação em novembro observada no IGP-10 deve perder força ao longo do mês, segundo o economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV) Salomão Quadros.
"A deflação do IGP-10 está associada aos produtos agrícolas, cujo processo de desaceleração já atingiu o seu pico e irá se desfazer ao longo do mês. Por quanto tempo isso vai acontecer, não é possível prever. O certo é que não há uma causa macroeconômica para sustentar uma deflação prolongada", disse Quadros.
Para exemplificar a tese de que a deflação está perdendo força, o economista aponta o comportamento de preços da soja no atacado. No indicador anterior divulgado pela FGV, o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) de outubro, o preço da soja no atacado apresentou deflação de 8,09%, e, no IGP-10, acelerou para -5,96%. "A deflação foi mais aguda no IGP-DI e agora está enfraquecendo", afirmou Quadros.
Ainda sobre commodities, também na última leitura do IGP-10, a variação do preço do minério de ferro foi de -4,96%, e do farelo de soja, de -6,90%.
Em novembro, a inflação está sendo determinada pela estabilidade dos preços da soja nos principais estados produtores no Brasil. E, no caso do minério de ferro, o preço caiu fortemente nos últimos meses por falta de demanda no mercado internacional, embora, em novembro, tenha entrado em fase de aceleração.
"Os preços da soja e do minério, agora, estão estáveis. Essa acomodação começa a aparecer no índice por meio de taxas cada vez menos negativas", ressaltou Quadros. (AE)