Otimistas lidam melhor com problemas, segundo estudos

25 de Junho de 2012
por: Jane E. Brody

Nova York, EUA. Uma boa definição de uma pessoa otimista é: alguém que planeja fazer mais que o tempo permite ou, tendo falhado em atingir o impossível, acredita que, de alguma forma, tudo ficará bem.

Já uma definição mais clássica, concebida pela Mayo Clinic, dos Estados Unidos, explica o otimismo como "a crença de que coisas boas irão acontecer e de que coisas negativas são apenas contratempos efêmeros que podem ser superados".

Este último conceito foi o adotado como parâmetro em estudo norte-americano que concluiu que os otimistas vivem mais. Na pesquisa, realizada pelos médicos da Mayo Clinic durante 30 anos, adultos que eram pessimistas - cuja classificação foi determinada a partir de testes psicológicos - apresentaram taxas de mortalidade mais altas que os classificados como otimistas. Sem dúvidas, os otimistas eram mais saudáveis, uma vez que tinham mais tendência a cuidar de si mesmos.

E esse não é o único. Outros estudos comprovam que a vida é mais agradável quando se acredita no lado bom das coisas, vendo o copo "meio cheio" em vez de "meio vazio".

É a negação da chamada Lei de Murphy, que muitos acreditam ser antítese do otimismo, como sustenta a professora de psicologia Suzanne C. Segerstrom, da Universidade de Kentucky. No livro "Quebrando a Lei de Murphy", ela explica que o otimismo não é simplesmente ser positivo, mas tem mais a ver com a motivação e a persistência.

Segerstrom e outros pesquisadores descobriram que, em vez de desistir e se afastar de situações complicadas, os otimistas as atacam de frente. Eles planejam uma forma de ação, buscando conselhos de outras pessoas, e focam as soluções.

A autora escreve que, quando estão frente a frente com situações incontroláveis, os otimistas tendem a reagir construindo "recursos existenciais" - por exemplo, procurar algum aspecto positivo nas consequências do problema ou usá-lo para desenvolver o crescimento pessoal de forma positiva.

Pesquisas indicam que a propensão ao otimismo é altamente influenciada pelos genes, provavelmente aqueles que governam os neurotransmissores no cérebro. Ainda assim, a forma de criação de cada pessoa influencia o comportamento. Pais que estimulam a autoestima dos filhos ao evitarem críticas e elogiarem conquistas podem encorajá-los a manter uma atitude saudável com relação às possibilidades da vida.

Traduzido por Luiza Andrade.

 

Terapia
Atributos do otimismo podem ser aprendidos

Nova York . Com a orientação correta, muitos dos atributos do otimismo também podem ser aprendido pelos adultos, segundo Suzane Segerstrom e outros cientistas. Enfatizando que é mais fácil mudar o comportamento que as emoções, a autora e pesquisadora desconsidera o ditado "não se preocupe, seja feliz". Em vez disso, ela enfatiza uma forma de terapia comportamental cognitiva: primeiro, ação; depois, os sentimentos corretos virão, como consequência da ação.

Em seu livro, ela prefere a expressão "finja até que consiga".

Segundo ela, "as pessoas podem aprender a ser mais otimistas ao agirem como se fossem otimistas", o que significa, basicamente, serem mais engajadas e persistentes em busca das metas.

Se você se comportar de forma mais otimista, provavelmente continuará tentando algo, em vez de desistir logo na primeira vez em que falhar. "O seu sucesso pode ser surpreendente", afirma a pesquisadora.

Por mais que o esforço adicional não represente o sucesso, ele pode servir como uma experiência de aprendizado, sugerindo uma abordagem diferente para problemas similares no futuro. (JB/NYT)

 

Fonte: O TEMPO/New Yprk Times

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