Câmara aprova a PEC que prevê aumento de direitos para domésticas
22 de Novembro de 2012
por: Adriana Caitano e Juliana Colares
Se passar em 2º turno, segue para o Senado
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Adriana Leonardo comemorou a decisão: "Se realmente passar, vou soltar foguete na primeira esquina" |
De acordo com a PEC, os empregadores terão que garantir à categoria, assim que o texto for promulgado, 13º salário, aviso prévio, férias, carga horária semanal de 44 horas, pagamento de hora extra e adicional noturno. Outros benefícios que serão assegurados aos trabalhadores domésticos ainda precisarão ser regulamentados após a votação no Congresso, como o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o seguro-desemprego, o salário-família e o seguro contra acidentes de trabalho.
A relatora da proposta na comissão especial, deputada Benedita da Silva (PT-RJ), rebateu a preocupação manifestada por alguns setores de que as novas regras poderiam provocar o desemprego de trabalhadores do setor. “Não é verdade que elas vão desaparecer, se pagarem às empregadas todos os direitos, elas ficarão com mais disposição no emprego”, comentou a deputada, que disse ter trabalhado por mais de 20 anos como doméstica sem carteira assinada. “O que não dá é para uma pessoa trabalhar 20 anos em uma casa e sair a qualquer momento sem nenhum benefício e sem nem poder se aposentar.”
Assim que a PEC das Domésticas foi aprovada em primeiro turno, a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência, Eleonora Menicucci, divulgou uma nota oficial afirmando que a votação foi “um passo decisivo para o resgate de uma dívida histórica e social” com a categoria. De acordo com a ministra, o setor é composto por mais de 7,2 milhões de pessoas, sendo 95% mulheres. Dessas, ainda segundo a nota, 60% são negras. “Com dignidade, elas ergueram o Brasil e, por elas mesmas, lideraram um processo de base na conquista da ampliação de seus direitos”, destacou. “Tenho certeza de que a votação no segundo turno reafirmará os direitos que tornam a Constituição brasileira mais cidadã e inclusiva.”
Ao saber da decisão da Câmara dos Deputados, a empregada doméstica Adriana Leonardo ficou radiante. “Se realmente passar, vou soltar foguete na primeira esquina”, comemora. Há oito anos na profissão, Adriana reconhece que esta será uma grande conquista para a categoria que luta pelos mesmos direitos dos demais celetistas.
“O empregado doméstico é trabalhador como qualquer outro que chega às 7h e sai às 17h. E muitos nem sequer tem horário fixo, sem hora pra chegar ou sair”, comenta. Quanto à possibilidade da decisão gerar desemprego diante dos custos elevados para os patrões, Adriana garante não ter medo. “Claro que sabemos que vai ficar mais caro, mas eu não tenho medo de trabalhar e a oferta de vagas hoje no mercado é muito grande”, lembra. (Colaborou Paula Takahashi)
Fontes: Estado de Minas e Diário de Pernambuco