Trabalhadores querem garantia de emprego
23 de Novembro de 2012
por: Juliana Gontijo
Fim das concessões de hidrelétricas pode fazer estatal perder receita
A situação não está nada boa para a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). De um lado, a presidente Dilma Rousseff já disse que descarta prazo maior para renovar as concessões do setor elétrico e costura alianças para garantir a aprovação da Medida Provisória 579, que trata do tema e deve reduzir a lucratividade da estatal para garantir a redução da conta de luz em 2013. De outro, enfrenta a insatisfação de funcionários que ontem fizeram paralisação de 24 horas. Situação que pode voltar a ocorrer na próxima semana, segundo o coordenador geral do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores da Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro-MG), Jairo Nogueira.
O clima é de insegurança no setor elétrico não só para os investidores, mas também para os trabalhadores que temem perder seus empregos. "Queremos garantia de emprego através da inclusão de uma cláusula no acordo coletivo, que tem validade para um ano", ressalta Nogueira.
De acordo com ele, a estatal tem usado a MP para não dar reajuste pedido pela categoria. "A Cemig está oferecendo 4,5%, o que fica abaixo da inflação acumulada de 5,9%, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Queremos a inflação e mais aumento real de 6%", diz. Ele afirma que, mesmo com a previsão de lucro menor no próximo ano, a empresa não passará por crise. "A Cemig não vai quebrar", frisa.
Procurada pela reportagem, a estatal, informou em nota, que "apresentou uma proposta respeitosa, consideradas as perspectivas de futuro para a empresa definidas a partir da MP 579. Uma vez que não houve entendimento da situação por parte dos sindicatos, a Cemig solicitou a mediação da Justiça do Trabalho, através de Dissídio Coletivo".
O coordenador geral do Sindieletro ressaltou que, caso não haja negociação entre empresa e trabalhadores, a Justiça do trabalho vai apresentar propostas na reunião marcada para 10h do dia 6 de dezembro.
Nogueira informou que a adesão ao movimento chegou a 70% dos trabalhadores, enquanto que a estatal, em nota, informou que a paralisação foi inferior a 10%. Num ponto, sindicalista e empresa não discordaram, que foi a manutenção dos serviços prestados, sem prejuízo para o consumidor.
O clima é de insegurança no setor elétrico não só para os investidores, mas também para os trabalhadores que temem perder seus empregos. "Queremos garantia de emprego através da inclusão de uma cláusula no acordo coletivo, que tem validade para um ano", ressalta Nogueira.
De acordo com ele, a estatal tem usado a MP para não dar reajuste pedido pela categoria. "A Cemig está oferecendo 4,5%, o que fica abaixo da inflação acumulada de 5,9%, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Queremos a inflação e mais aumento real de 6%", diz. Ele afirma que, mesmo com a previsão de lucro menor no próximo ano, a empresa não passará por crise. "A Cemig não vai quebrar", frisa.
Procurada pela reportagem, a estatal, informou em nota, que "apresentou uma proposta respeitosa, consideradas as perspectivas de futuro para a empresa definidas a partir da MP 579. Uma vez que não houve entendimento da situação por parte dos sindicatos, a Cemig solicitou a mediação da Justiça do Trabalho, através de Dissídio Coletivo".
O coordenador geral do Sindieletro ressaltou que, caso não haja negociação entre empresa e trabalhadores, a Justiça do trabalho vai apresentar propostas na reunião marcada para 10h do dia 6 de dezembro.
Nogueira informou que a adesão ao movimento chegou a 70% dos trabalhadores, enquanto que a estatal, em nota, informou que a paralisação foi inferior a 10%. Num ponto, sindicalista e empresa não discordaram, que foi a manutenção dos serviços prestados, sem prejuízo para o consumidor.
Efeito
Ações da Eletrobras despencam e preocupam
Brasília. A Eletrobras amargou ontem mais um dia de forte desvalorização de suas ações na Bolsa de Valores de São Paulo. Entretanto, o governo deixou claro que poderá tomar medidas para evitar que a estatal perca força e fique sem condições de atuar no setor elétrico. "A gente nunca vai deixar a Eletrobrás perecer", afirmou o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim.
As ações que dão direto a voto (ON) perderam 8,74% de seu valor ontem, e encerraram o dia valendo R$ 6,16. Desde que o governo revelou as condições que serão exigidas das empresas do setor elétrico interessadas em renovar antecipadamente as concessões que vencem entre 2015 e 2017, os papéis da Eletrobrás tombaram.
As ações da Cemig subiram, surpreendentemente, 5%. A empresa já perdeu mais de R$ 7 bilhões em valor de mercado neste ano por causa das incertezas da MP 579.
As ações que dão direto a voto (ON) perderam 8,74% de seu valor ontem, e encerraram o dia valendo R$ 6,16. Desde que o governo revelou as condições que serão exigidas das empresas do setor elétrico interessadas em renovar antecipadamente as concessões que vencem entre 2015 e 2017, os papéis da Eletrobrás tombaram.
As ações da Cemig subiram, surpreendentemente, 5%. A empresa já perdeu mais de R$ 7 bilhões em valor de mercado neste ano por causa das incertezas da MP 579.
Contratações
Novo modelo pode reduzir vagas no setor
A oferta de mão de obra no setor elétrico poderá ser maior do que a demanda, se a Medida Provisória 579, que fixa as regras para a renovação das concessões do setor elétrico, for aprovada, segundo especialistas. "Se prevalecer o que o governo quer, haverá uma redução drástica da receita para as empresas em 2013 e, logo, recuo dos investidores e redução no ritmo das contratações", observa o professor do Instituto do Sistema Elétrico e Energia da Universidade Federal de Itajubá, Jamil Haddad.
De acordo com ele, diante de um novo cenário, as empresas terão que se adequar. "Hoje, o quadro é instável para o setor. A tendência é que as demissões em algumas empresas sejam incentivadas. Será que os novos engenheiros que estão se formando terão mercado?", questiona. O professor da Fumec, especialista em desenvolvimento humano e organizacional, Marco Antônio Vieira Gomes, também aposta na queda da oferta de vagas no setor. "Redução da receita pode fazer com que haja ajuste no quadro", diz. (JG)
De acordo com ele, diante de um novo cenário, as empresas terão que se adequar. "Hoje, o quadro é instável para o setor. A tendência é que as demissões em algumas empresas sejam incentivadas. Será que os novos engenheiros que estão se formando terão mercado?", questiona. O professor da Fumec, especialista em desenvolvimento humano e organizacional, Marco Antônio Vieira Gomes, também aposta na queda da oferta de vagas no setor. "Redução da receita pode fazer com que haja ajuste no quadro", diz. (JG)
Fonte: O TEMPO