Desemprego na RMBH cai para 3,9%

23 de Novembro de 2012
por: Nádia de Assis

Índice em outubro é o menor no mês desde 2002 e o mais baixo do Brasil, ao lado de Porto Alegre

 

 

A taxa de desemprego na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) atingiu 3,9% em outubro, a menor para o mês desde o início da série histórica da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), em 2002. Com isso, a RMBH passa a ter, junto com Porto Alegre, o mais baixo nível de desocupação do país. Na comparação com setembro, foi registrada estabilidade no indicador, com pequena retração de 0,1 ponto percentual. O número apurado na Capital e cidades do entorno segue inferior à média nacional, que fechou em 5,3%. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Além disso, a Grande Belo Horizonte manteve alto nível de ocupação no mês passado, de 58,2%, o maior do Brasil. O índice representa o quociente entre a População Ocupada (PO) e a População em Idade Ativa (PIA). "O nível de ocupação é quase tão importante quanto a taxa de desemprego, uma vez que significa uma fotografia do que acontece no mercado de trabalho", analisa a economista do IBGE, Adriana Beringuy.

A especialista acrescenta que a manutenção do baixo índice de desemprego está relacionada à estabilidade da população ocupada e desocupada. No período, a primeira somou 2,65 milhões de pessoas, enquanto a segunda totalizou 108 mil, retração de 2 mil no confronto com o setembro.

Apesar do alto nível de empregabilidade, dois setores responsáveis por empregar parcela significativa da população da RMBH reduziram o quadro de pessoal mês passado. O comércio, atividade na qual a maior parte (473 mil) dos moradores da região exerce algum tipo de função, dispensou 23 mil funcionários. Já o grupo que engloba os serviços prestados às empresas demitiu 25 mil empregados, passando a contar com um contingente de 389 mil pessoas.

A economista do IBGE chama atenção, ainda, para a redução do número de trabalhadores domésticos. Em outubro de 2012, na comparação com idêntico mês do ano passado, a redução foi de 10,9% ou 20 mil pessoas. "O empregado doméstico passou a custar mais caro, o que obrigou famílias a eliminarem essa despesa do orçamento. Além disso, o aumento do grau de escolaridade da população favorece a migração para outras atividades, como o comércio, nas quais são oferecidas garantias, como o FGTS", explica.

 

ALISSON J. SILVA
O comércio, setor no qual a maior parte (473 mil) dos moradores da Grande Belo Horizonte trabalha, dispensou 23 mil funcionários
O comércio, setor no qual a maior parte (473 mil) dos moradores da Grande Belo Horizonte trabalha, dispensou 23 mil funcionários

Contratações - Em contrapartida, a criação de postos de trabalho em outros setores contribuiu para que não houvesse elevação da taxa de desemprego. O segmento que mais admitiu em outubro foi o conhecido como "outros serviços", que criou 12 mil vagas, passando a empregar 444 mil pessoas. Já a administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais criaram, juntos, 11 mil postos, passando a empregar 448 mil.

A indústria, que demitiu em setembro, ampliou os postos em outubro, contratando 8 mil trabalhadores. "No entanto, é uma variação irrisória, tendo em vista o tamanho e o peso do setor na região", pondera Adriana Beringuy. Com a variação, 438 mil colaboradores passaram a exercer algum tipo de função nas fábricas instaladas na RMBH. Já a construção civil criou 10 mil postos, passando a empregar 278 mil pessoas.

Conforme Adriana Beringuy, o principal desafio agora não consiste em manter a taxa de desemprego em baixa. Ela ressalta outros fatores vinculados às relações de trabalho na Grande Belo Horizonte, nos quais é necessário obter avanço. A especialista destaca que, na região, o número de trabalhadores com carteira assinada chega a 48,5%, o que significa que mais da metade ainda está à margem de algumas formalidades.

A falta de trabalhadores no mercado não implica, necessariamente, em um aumento do rendimento médio do trabalhador. Em outubro, na RMBH, ele caiu 1,2%, atingindo R$ 1.759,20. No entanto, no acumulado dos últimos 12 meses foi observada expansão de 7,1%. No país, o rendimento ficou em R$ 1.787,70, estabilidade frente ao mês anterior e crescimento de 4,6% em relação a outubro do ano passado.

 

 

Fonte: Diário do Comércio

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