Belo Horizonte lidera o índice em Minas

28 de Novembro de 2012
por: Andréa Rocha

Pesquisa aponta características que geram vantagens ou obstáculos para o desenvolvimento das empresas

 

ALISSON J. SILVA
Conforme pesquisa do Sebrae-MG, BH caiu para a 30ª colocação na variável quadro social
Conforme pesquisa do Sebrae-MG, BH caiu para a 30ª colocação na variável quadro social

Os números confirmam. Belo Horizonte é o município mineiro com o melhor índice de competitividade de Minas, seguido por Uberlândia, Nova Lima, Juiz de Fora e Uberaba, enquanto as regiões do Jequitinhonha e Mucuri são as que mais padecem de infraestrutura e investimentos. Este foi o resultado apurado pelo Serviço de Apoio às Pequenas e Microempresas de Minas Gerais (Sebrae-MG), em pesquisa que aponta características locais que podem gerar vantagens competitivas ou criar obstáculos para o desenvolvimento das empresas. Das oito regiões pesquisadas, nenhuma delas alcançou o nível alto ou muito alto de competitividade. Na região Central, o patamar ainda é médio.

O resultado da pesquisa Índice de Competitividade dos municípios mineiros "não foi propriamente uma surpresa", reconhece a analista de Inteligência Empresarial do Sebrae, Venussia Eliane Santos. No entanto, ela entende que esses dados, detalhados, oferecerão "um pano de fundo para que o Sebrae desenvolva os seus projetos de apoio aos micro e pequenos negócios", anuncia. Como exemplo, ela cita a necessidade de qualificação de mão de obra e disponibilidade de crédito para que o Jequitinhonha alcance eficiência nos negócios e, conseqüentemente, o desejado desenvolvimento econômico.

A pesquisa, que foi realizada pela primeira vez em 2010, apresenta índice de competitividade formado por cinco grandes fatores: a performance econômica, que abrange os aspectos relacionados à atividade econômica - e indicadores como Produto Interno Bruto (PIB), ao comércio internacional, à remuneração e ao emprego -; o suporte aos negócios, que compreende o mercado de trabalho, instituições de apoio e multiplicidade da economia; a infraestrutura básica, educação, saúde e meio ambiente, além da capacidade de alavancagem do governo, que inclui finanças públicas; e, ainda, o quadro social, que engloba os principais indicadores sociais.

Capital - Dos 853 municípios, Belo Horizonte apresentou o melhor índice geral de competitividade, ocupando a primeira posição também nos critérios de suporte aos negócios e infraestrutura, e ficando em terceiro quanto à capacidade de alavancagem do governo. No entanto, a capital mineira caiu para a 30ª colocação na variável quadro social, e ficou apenas em 10º lugar quanto à sua performance econômica.

Depois da capital mineira, os demais municípios que melhor se posicionaram quanto ao índice de competitividade são, na seguinte ordem, Uberlândia (Triângulo Mineiro); Nova Lima (RMBH); Juiz de Fora (Zona da Mata); Uberaba (Triângulo); Sete Lagoas (Central); Ipatinga (Vale do Aço); Araxá (Alto Paranaíba); Poços de Caldas e Itajubá (Sul). Em relação à pesquisa anterior, as novidades são Ipatinga e Itajubá.

Se considerada apenas a variável da performance econômica, figura em primeira posição o município de São José da Barra, no Sul de Minas (em virtude dos impostos gerados pela produção de energia da usina de Furnas e por royalties pagos às terras alagadas); seguido por Araporã (Triângulo); Confins (RMBH); Nova Lima (RMBH), Ouro Preto (Central); Fronteira (Triângulo); Ouro Branco (Central); Tapira e Planura (Triângulo), além de Belo Horizonte, na 10ª posição.

Desigualdade - Se observadas as regiões de Minas, nenhuma delas alcançou o nível de competitividade alta ou muito alta. Numa escala de zero a 100, apresentam índice médio somente as regiões Central (52) e Triângulo Mineiro (44,69). Como nível baixo de competitividade estão a região Sul (36,86), Zona da Mata (32,61); Rio Doce (28,39) e Noroeste (24,04). E com um nível muito baixo aparecem, como o previsto, as regiões Norte (17,45) e Jequitinhonha/Mucuri (7,83).

"Esse estudo revela um pouco da desigualdade do Estado", reconhece Venussia Santos, lembrando que alguns fatores estruturais, como por exemplo, o analfabetismo e o baixo índice de escolaridade, encontrados em algumas regiões, sobretudo no Jequitinhonha/Mucuri, demandarão ações com repercussões a médio prazo. "Mas nos dão um ponto de partida", indica.

A região Central, por exemplo, que alcançou um índice geral de competitividade de 52 pontos, apresentou melhores resultados no quadro social (72,71); infraestrutura (64,3) e performance econômica (57,51); mantendo-se em patamares médios na variável de eficiência de negócios (51,16) e baixa capacidade de alavancagem do governo (31,90).

Como contraponto, as regiões do Jequitinhonha e Mucuri, que apresentaram índices muito baixos de competitividade (7,83); performance econômica de 18,08; quadro social (20,95); eficiência dos negócios (5,85), infraestrutura (15,27) e capacidade de alavancagem do governo, com zero pontuação.

A pesquisa "Índice de competitividade dos municípios mineiros - 2012" teve como referência metodológica o Índice de Competitividade das Nações, calculado pelo International Institute for Management Development (IMD), conceituado como a capacidade do país de criar e manter um ambiente competitivo para as empresas. O estudo estará disponível no site do Sebrae-MG.

 

 

Fonte: Diário do Comércio

 

 

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