Estudo aponta monotrilho como opção para cinco trajetos em BH

11 de Dezembro de 2012
por: Joana Suarez

Rapidez e custo de implementação são atrativos; capacidade do vagão é ponto fraco


 
 
 
 
FOTO: ALE VIANNA/ BRAZIL PHOTO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
 
Pelo menos seis trechos de Belo Horizonte e da região estão aptos a receber o sistema de transporte sobre trilhos suspensos (monotrilho), segundo um estudo informal feito por especialistas em trânsito. Com implementação mais rápida e barata que o metrô, a solução passou a ser cogitada pela Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), até então resistente à alternativa. O órgão informou que já tem estudos para um dos trajetos e que pretende aderir ao sistema se ficarem comprovados seu custo mais baixo e boa capacidade de passageiros.

O monotrilho é apontado como uma boa opção para o transporte de massa intermunicipal. Segundo Luiz Otávio Portela, um dos autores do estudo e membro da Sociedade Mineira de Engenheiros, são muitos os pontos favoráveis. "O monotrilho é viável até em termos de poluição porque diminui a quantidade de ônibus a diesel".

Já o especialista em trânsito Osías Baptista Neto alerta que antes de decidir pelo monotrilho, é preciso avaliar qual tecnologia se ajusta melhor a cada ponto da cidade. "Na Pedro II, por exemplo, as árvores do canteiro central teriam que ser cortadas", disse. Como pontos negativos da alternativa, ele aponta a capacidade de passageiros - 150 por vagão, enquanto no metrô são 300 - e a necessidade de estações elevadas, fazendo com que os usuários tenham que subir até o ponto.

Segundo o diretor de planejamento da BHTrans, Célio Freitas, a autarquia fez, recentemente, um estudo sobre a implementação do monotrilho da praça da Estação até o bairro Belvedere, ambos na região Centro-Sul. "A proposta ainda não teve andamento porque o custo era elevado. Mas se conseguirmos um preço mais acessível, será só uma questão de colocar em prática".

Com a recente instalação do monotrilho em São Paulo, uma indústria canadense do ramo se instalou na cidade, barateando o custo do transporte. Cada km de monotrilho construído custa cerca de R$ 70 milhões. Já o metrô demanda um investimento de R$ 250 milhões por km. Como não seriam necessárias desapropriações, já que ele fica a cerca de 15 m do chão, o monotrilho teria implementação mais barata e mais rápida.

Ainda conforme o diretor da BHTrans, não há previsão para que o monotrilho substitua as linhas de metrô. "Estávamos focados no BRT (Ônibus Rápido sobre Trilhos). Agora, estamos analisando outras propostas, e o monotrilho tem se mostrado atraente", disse Freitas. (Com Leandro Aguiar)
Estado quer transporte até Confins
A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico apresentou, recentemente, à Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), uma proposta para implementar o monotrilho do centro da capital ao aeroporto Tancredo Neves, em Confins, na região metropolitana. Segundo o subsecretário de investimentos estratégicos, Luiz Athayde, a proposta depende agora de decisões políticas.

"Temos estudos que podem utilizar o monotrilho ou o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). Falta uma articulação com os municípios envolvidos", disse. O primeiro passo é as prefeituras de Vespasiano, São José da Lapa, Confins, Lagoa Santa e Santa Luzia manifestarem interesse. Ainda não há custos nem datas.

A BHTrans já havia discutido a proposta com empresários e representantes de entidades de classe. (JS)
Fonte: O TEMPO

Avenida Amazonas, 491, sala 912, CEP: 30180-001, Belo Horizonte/MG - Telefone: (31) 3110-9224 | (31) 98334-8756