Junho deve mostrar mais redução de juros, apontam dados prévios

26 de Junho de 2012
por: Murilo Rodrigues Alves e Mônica Izaguirre

BRASÍLIA - O Banco Central disponibilizou dados prévios que apontam novas reduções nas taxas médias de juros cobradas pelos bancos nas operações referenciais, que incluem quase todo o crédito livre no país. A nota de crédito divulgada pelo BC nesta terça-feira mostrou que em maio a taxa média de juros de empréstimos atingiu o menor nível desde 2000.

Segundo dados apresentados pelo chefe do departamento econômico do BC, Tulio Maciel, no geral, a taxa média cobrada nos dez primeiros dias de junho caiu 1,3 ponto percentual na comparação com a média de maio, para 31,6% ao ano, um novo piso da série histórica com início em junho de 2000.

A queda foi maior para as famílias, cujo custo caiu de 38,8% ao ano em maio para 37,6% ao ano nesses primeiros dias de junho. Para as empresas, a taxa chegou a 23,8% ao ano, 1,2 ponto percentual menor que a média de maio.

O spread bancário (a diferença entre a taxa de captação dos bancos e a cobrada dos clientes) também teve redução, de acordo com o BC, de 24,7 pontos percentuais em maio para 23,5 pontos nos dez primeiros dias úteis deste mês, o mesmo patamar que em dezembro de 2010.

A média diária geral das concessões caiu 0,4% nos dez primeiros dias de junho na comparação com o mesmo período de maio. A queda foi puxada pela redução de 1,3% nas concessões a pessoas jurídicas, sendo compensada em termos pelo aumento de 0,9% nas concessões a pessoas físicas.

Crédito a veículos

Os estímulos anunciados pelo governo ao setor automotivo não sensibilizaram os dados de crédito para aquisição de veículos em maio, mas informações preliminares indicam que em junho as cifras serão mais fortes, afirmou Maciel. 

A média diária de concessões de novos financiamentos ficou em R$ 347 milhões, 2,8% acima da verificada em abril, o que, segundo ele, está dentro da normalidade. Dados preliminares indicam que em junho as cifras virão bem mais fortes, acrescentou ele, sem dar detalhes. Em maio não houve impacto porque as medidas saíram mais perto do fim do mês.

Sob o ponto de vista do estoque de operações, os financiamentos para aquisição de veículos subiram somente 0,2% em maio, fechando o mês com saldo de R$ 178,5 bilhões, levando em consideração tomadores pessoas físicas, que é o público relevante nessa modalidade de crédito.

As medidas anunciadas pelo Ministério da Fazenda em maio incluíram redução do Imposto sobre Produtos Industriais (IPI) sobre automóveis. O BC também adotou estímulo liberando parte do compulsório dos bancos sobre depósitos a prazo para financiamento de veículos. Até abril de 2013, essa liberação pode chegar a R$ 18 bilhões.

 
Fonte: Valor Econômico

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