A cada mil jovens em MG, quase três morrerão antes de 19 anos

14 de Dezembro de 2012
por: Andréa Juste

Na capital mineira, índice é de 2,94 a cada mil jovens; taxa nacional fica em 2,98

 

A cada mil adolescentes de Minas Gerais, quase três (2,62) serão assassinados antes de completarem 19 anos. A informação é do Índice de Homicídios na Adolescência (IHA) referente a 2010, apresentado ontem pelo Laboratório de Análise da Violência (LAV) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). O índice em Minas se manteve estável em relação a 2009 (2,65). O Estado ocupa a 17ª posição no ranking nacional.
Em Belo Horizonte, essa taxa é de 2,94 a cada mil jovens, bem próxima à do país (2,98). Em 2009, o IHA da capital mineira era de 3,66. Apesar da queda, os índices do Estado e de Belo Horizonte ainda estão acima da média de 2 a cada mil jovens registrada no Sudeste.

Segundo o sociólogo Luís Flávio Sapori, coordenador do Centro de Pesquisa em Segurança Pública da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), a redução dos homicídios no Estado e na capital mineira foi real durante seis anos. "No fim de 2010, 2011, os homicídios voltaram - e continuam - a subir", afirma. Para ele, a principal explicação para a retomada da violência foi a descontinuidade da política de segurança pública do Estado. "Ela estava sendo bem conduzida, mas, a partir de 2011, 2012, houve perdas, como investimentos reduzidos, a integração das polícias retrocedeu, o projeto Fica Vivo não avançou", analisa.

A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), informou, em nota, que desenvolve ações específicas no combate à criminalidade, como o Fica Vivo!, criado em 2003. Em 2012, diz a nota, o programa atendeu, mensalmente, cerca de 12.350 jovens de 12 a 24 anos. A nota informa ainda que foram realizadas 607 oficinas culturais, de esporte, lazer, dança, música e estética, entre outras, para os jovens das comunidades. Ainda segundo a Seds, pesquisas indicam que, nas áreas de atuação do Fica Vivo, foi possível reduzir os homicídios entre jovens de 12 a 24 anos em até 50% e, no ano passado, o programa foi considerado pelo Banco Mundial (Bird) referência mundial.

A nota diz que o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd), realizado pela Polícia Militar em 543 municípios, já atendeu 1,7 milhão de jovens. O programa assiste, anualmente, cerca de 4.000 escolas públicas e particulares, para que estudantes vivam sem drogas e violência.

Metodologia. A pesquisa foi feita em mais de 280 cidades com mais de 100 mil habitantes. O estudo é uma parceria do laboratório com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, o Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) e o Observatório de Favelas. Foram analisados dados do Ministério da Saúde e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).



Gênero
Garotos correm 11,5 mais riscos do que meninas
RIO DE JANEIRO. Os adolescentes negros do sexo masculino são as principais vítimas de homicídios no país. A taxa de negros vítimas de homicídio é três vezes superior aos de brancos. Os dados também foram revelados na pesquisa que avalia o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA). As informações são da Agência Brasil.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)) e o IHA, a categoria negro equivale à soma das categorias de cor/raça preto e pardo. Alguns fatores, como gênero e raça, aumentam a possibilidade de um jovem ser morto. Em 2010, o risco de um adolescente do sexo masculino ser assassinado era 11,5 vezes maior do que a de jovens do sexo feminino.
Fonte: O TEMPO

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