Agência Moody's eleva nota de Minas
Classificação mostra que estado se compromete com gestão eficiente, o que é fator para atrair investimentos
O rating de emissor em escala global do estado de Minas Gerais foi elevado pela Moody’s, agência de classificação de risco, de Ba1 para Baa3. A classificação é a primeira na faixa considerada grau de investimento, com perspectiva estável. O rating é uma avaliação sobre a capacidade de um emissor – no caso o estado – saldar seus compromissos financeiros e é elaborado por organismos que apontam para o maior ou menor risco de suspensão de pagamentos. Minas Gerais já possui o rating (BBB-) da agência Standard & Poor’s. A nova classificação está vinculada ao comprometimento da administração mineira com uma gestão eficiente e que busca resultados, afirmou ontem o governador Antonio Anastasia.
Na avaliação do governador, a política praticada nos últimos anos no estado, que tem a meta de diversificar a economia e ampliar a oferta de emprego e a renda, tem como alvo o desenvolvimento econômico e social de Minas. “Para isso, é fundamental a confiança dos investidores, o que só pode ser conseguido com o cumprimento dos compromissos, planejamento de médio e longo prazos e a perseguição constante da eficiência da gestão pública”, afirmou Anastasia.
Para a Moody’s, Minas Gerais se destaca pela manutenção da tendência de melhoria das operações financeiras, sustentada pelo forte crescimento de receitas, além de capacidade de equiparar as despesas com o crescimento das receitas. Um dos pontos fortes destacados na nota publicada pela agência foi a reestruturação da dívida com a Cemig, relativa à Conta de Resultados a Compensar (CRC), que contribuiu para melhorar o perfil de endividamento. O acordo realizado pela estatal de energia permitiu adiantar o pagamento de dívida de R$ 5,6 bilhões, com desconto de 35% à vista.
“A classificação da Moody’s reflete a seriedade e a competência do governo de Minas. Esse é um dos fatores determinantes para a atração de investimentos, principalmente de empresas estrangeiras”, afirma a secretária de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Dorothea Werneck. O Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi) acaba de lançar seu planejamento estratégico para atração de investimentos no período de 2013 a 2018. O estudo coincide com um momento de redução na tendência de atração de investimentos, um processo iniciado em 2012 que deverá prosseguir no ano que vem diante da crise na Europa.
POLÍTICAS PÚBLICAS “A partir da classificação da Moody’s é que começa o trabalho do Indi”, aponta Dorothea Werneck. De acordo com José Frederico Álvares, presidente do instituto, o planejamento foi realizado em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC) durante 2012 e contou com a colaboração de autoridades do estado e de formadores de opinião do meio empresarial. Um dos projetos é trabalhar de maneira mais consistente no processo de atração de investimentos por meio de ações programadas. “Vamos profissionalizar a atuação do estado e seremos mais ativos. O governo está preocupado com a articulação organizada para apresentar políticas públicas, formatar novas ou modificar as já existentes com o objetivo de atrair investimentos”, explica.
Entre janeiro e novembro, 158 protocolos de intenções para investimentos em diversos setores, que somam R$ 17,4 bilhões, com a criação de 66.379 empregos (26.821 diretos e 39.558 indiretos), foram assinados com assistência do Indi.
Fonte: Zulmira Furbino