Comércio de Belo Horizonte está otimista
Quase 80% dos empresários do comércio de Belo Horizonte apostam no aumento das vendas no começo do ano que vem, segundo pesquisa
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Gerente da Alphabeto, Sirlene Batista espera faturar 30% a mais |
Os dados são da pesquisa Expectativas do comércio para o 1º trimestre de 2013, divulgada ontem pela Federação do Comércio de Minas (Fecomércio). O economista da entidade Gabriel de Andrade Ivo avalia que o percentual de 78,9% não deixa dúvidas do otimismo do varejo da capital. Por outro lado, destaca que a segunda queda consecutiva, embora sejam leves recuos, revela cautela de parte do setor. “Pois a economia não cresceu como esperado”, justifica. Ele se refere ao pífio avanço do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012, que deve fechar o ano com avanço de 1% ante os 4% estimados pelo governo em janeiro.
Para 2013, segundo o último boletim do relatório Focus, divulgado semana passada pelo Banco Central e que leva em conta a previsão de mais de 100 analistas do setor financeiro, o PIB brasileiro deve crescer 3,3%. “É bom frisar que 2013 é o ano da Copa das Confederações. O nível de emprego, a renda real e a confiança do consumidor na economia sustentam o bom desempenho do consumo”, acrescentou Gabriel.
Mas não são apenas a boa renda e o desemprego em baixa que vão estimular as vendas no primeiro trimestre, segundo os comerciantes. Eles também atribuem a expectativa positiva às liquidações (28,7% dos entrevistados), ao aumento dos prazos para o consumidor (13,3% das respostas), ao atendimento diferenciado (9,9%), à ampliação do mix de produtos (9,3%), ao treinamento de equipes (8,2%), aos preços menores (7,6%) e à antecipação de lançamentos (5,4%).
Promoções A pesquisa da Fecomércio não apurou qual a alta prevista pelos lojistas para o próximo trimestre, mas algumas lojas, como a unidade da Alphabeto no Shopping Boulevard, especializada em moda infantil, trabalham com a estimativa de o aumento ser em torno de 30%. “Para isso, estamos apostando nas promoções”, diz a gerente do lugar, Sirlene Batista. A rede efetivou parte dos trabalhadores temporários. Foi o caso da jovem Poliana Pereira, de 21, que, em fevereiro, começa a cursar a faculdade de gestão em recursos humanos.
A perspectiva de boas vendas no próximo trimestre explica o porquê de 56,6% dos empresários do varejo adiantarem que vão efetivar pelo menos parte do pessoal contratado para as festas de fim de ano. “Isso também indica que as vendas no Natal foram positivas”, disse o economista da Fecomércio.
Também confiante no bom desempenho do comércio nos primeiros três meses do ano que vem, está o gerente da loja de roupas Iox do Shopping Cidade, Paulo Rodrigo Corrêa Abrão, que diante de 70% de incremento nas vendas em dezembro vai continuar investindo em preços baixos para garantir o movimento e as vendas até fevereiro. “Os dois primeiros meses são mais fracos e trabalhamos com metas de crescimento de 10% a 20%”, conta.
Liquidação aquece vendas
Depois do Natal não só as trocas movimentam o varejo. As liquidações estampadas nas vitrines logo depois das festas devem esquentar as vendas, além de puxar as dos próximos meses. É o que esperam os lojistas de shoppings e lojas de rua. Embora a confiança dos empresários tenha tido sua quinta alta consecutiva e crescido 0,3% em dezembro, segundo o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Iceac), medido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), na comparação com dezembro do ano passado houve queda de 1,2%.
Desde quarta, lojas de roupas, acessórios, calçados, eletrodomésticos e eletroeletrônicos apostam em descontos que chegam a quase 70% para atrair a clientela. A previsão é de que a temporada de descontos se arraste até fevereiro, sendo maior entre o fim de janeiro e o mês do carnaval.
Interessada em comprar com preços vantajosos, mesmo depois do Natal, a vigilante Cristina Rosa de Matos foi às compras ontem e afirma que a espera fez com que ela economizasse cerca de R$ 150 nos presentes dos filhos, Douglas de Matos e Maria Eduarda Matos da Silva. No dia 25, ela conta que o único gasto foi com a ceia. “Deixamos para mais tarde para não enfrentar filas e, principalmente, economizar. Uma calça que minha filha quer custava R$ 59 e hoje custa R$ 29”, lembra. “Eu também consegui comprar lingerie com 60% de desconto”, acrescenta.
Nas lojas de roupas masculinas Colombo, os preços das camisas caíram de R$ 39,95 para R$ 29,95. Nas lojas de calçados femininos Zem, sapatilhas e rasteiras estão com descontos de 30% e são vendidas a R$ 79,90. Além das roupas femininas, masculinas, infantis e calçados, os preços mais baixos são aplicados aos smartphones e tablets, que estiveram entre as vedetes do Natal.
Fonte: Estado de Minas