Famílias "seguraram" o PIB em 2012

28 de Dezembro de 2012
por: Nádia de Assis

O aumento do consumo das famílias foi responsável por assegurar o crescimento, mesmo pífio, do Produto Interno Bruto (PIB) neste exercício. No que depender do otimismo dos empresários do setor, o cenário não vai ser muito diferente em 2013. Levantamento divulgado ontem pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas) aponta que 78,9% dos comerciantes esperam vendas melhores no primeiro trimestre do próximo ano, na comparação com idêntico intervalo de 2012.

Embora a expectativa seja positiva, o dado é o mais baixo desde 2009, quando 71,7% dos empresários vislumbravam um cenário mais rentável. Ano passado, o indicador atingiu os 82,1%, o que resulta em retração de 3,2 pontos percentuais. A queda pode ser atribuída às incertezas na conjuntura financeira internacional e ao alto nível de endividamento do consumidor, que segue com a renda comprometida.

No entanto, o economista da Fecomércio Minas Gabriel de Andrade Ivo atribui as perspectivas em alta à prorrogação da alíquota reduzida do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), para carros, eletrodomésticos de linha branca (fogões, geladeiras, máquinas de lavar e tanquinhos). O tributo vai crescer gradativamente, retornando ao percentual integral somente em junho do próximo ano.

Ele lembra, ainda, outros fatores responsáveis por renovar o ânimo dos empresários. "Em 2013, Belo Horizonte vai ser uma das sedes da Copa das Confederações, evento responsável por movimentar amplo número de setores, com destaque para comércio e serviços. Além disso, os impactos da queda dos juros devem ser ainda mais perceptíveis", argumenta.

Segundo a pesquisa, para a parcela mais significativa dos comerciantes, 28,7%, a confiança da população na economia vai ser o maior responsável por aquecer as vendas ao longo dos três primeiros meses do próximo ano. Também integra a lista a maior facilidade para obtenção do crédito (16,2%) e os novos investimentos anunciados pelo governo (12,5%). Em sentido oposto, a elevada carga tributária (29,7%) é a principal razão que deve levar o consumidor a pensar duas vezes antes de adquirir novos produtos.


Estímulo - A fim de estimular a população a gastar em um período no qual os débitos, sejam eles com viagens de férias, material escolar ou encargos típicos de início de ano, parecem intermináveis, os empresários já começam a colocar em prática algumas ações. Um maior número, 28,7%, aposta nas tradicionais liquidações. Entretanto, outros aspectos essenciais à concretização de bons negócios, como dilatação de prazos de pagamento e atendimento diferenciado, não foram esquecidos, obtendo 18,8% e 9,9% das respostas, respectivamente.

Ivo, por sua vez, alerta que este é um período no qual praticamente a unanimidade dos estabelecimentos reduz o valor dos produtos, o que faz com que o atendimento especializado represente um diferencial maior em relação aos preços. "Nessa época o que mais cativa o comprador é o atendimento. Estudos mostram que a clientela está cada vez mais exigente, o que gera a necessidade de qualificar mais a equipe. Oferecer brindes e outros mimos também é recomendável", aconselha o especialista.

Em tempos nos quais encontrar mão de obra qualificada é cada vez mais raro, 56,6% dos entrevistados afirmaram que pretendem efetivar os temporários contratados para as festas de fim de ano. O dado é compatível com a prioridade dos lojistas para 2013. Isso porque, no próximo exercício, o foco de 36,9% dos empresários vai ser o atendimento, seguido por preços mais competitivos, 30,1% e estoques diversificados, 8,3%.

A expectativa pela chegada de dias mais prósperos se estende a outros setores da economia. Mais da metade, ou 60,8% dos 300 empresários ouvidos pela Fecomércio Minas acreditam que, em 2013, o crescimento do país vai atingir os 4% estimados pelo governo federal. As perspectivas também são boas quando o assunto é o cumprimento das metas inflacionárias. Para 54,7% elas devem ficar em torno de 5%, segundo o Banco Central.

 

Fonte: Diário do Comércio

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