Despesas extras em janeiro vão além de impostos e taxas

14 de Janeiro de 2013

Aumento praticado por empresas foi, em média, de 8% já no início do ano

 

O mês de janeiro significa, para muitas pessoas, a esperança de um ano melhor do que o anterior. Só que a mudança no calendário vem acompanhada de comprometimento da renda com dívidas do Natal e pagamento de impostos, além de alta nos preços de vários serviços, que chegam a quase 18%, valor acima da inflação calculada para Belo Horizonte pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead/UFMG) para 2012, que foi de 5,75%.

A auxiliar administrativa Janaina Diniz conta que se divertir ficou mais caro. "Um restaurante que eu costumo frequentar, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, mudou o cardápio e os preços. A baguete recheada com uma porção de batatas que eu pagava R$ 17,80 antes do Natal, passou para R$ 21 no sábado passado", diz. A alta foi de 17,97%.

A academia de dança que a estudante de psicologia Izabela da Silva Pereira frequenta está com uma nova tabela de preços. O valor mensal das aulas, que acontecem duas vezes por semana, passou de R$ 85 para R$ 90, incremento de 5,88%.

Numa academia do bairro de Lourdes, região Centro-Sul da capital, a mensalidade para musculação e quase todas as demais atividades oferecidas, excluindo natação, é de R$ 468. O valor é 8% mais alto que o cobrado no ano passado. Se o consumidor preferir incluir a natação tem que pagar uma taxa extra de R$ 76, que é 8,57% maior do que os R$ 70 de 2012.

Para quem opta somente pela natação, a atividade chegou a ficar mais de 14% mais cara neste ano. Aulas para crianças de seis anos iniciantes na modalidade individual em escola de natação na Savassi, também na região Centro-Sul, custam R$ 320, enquanto que no ano passado eram R$ 280, o que representa um acréscimo de 14,28%.

Cursar inglês também ficou mais caro em 2013. Numa das mais tradicionais escolas de língua, no bairro Cidade Jardim, a parcela cobrada mensalmente é de R$ 256,62 para o curso na modalidade Teen, que está 8% mais alto na comparação com 2012.

Se divertir num dos clubes de Belo Horizonte está pesando 11,76% mais no bolso. É o caso de um clube na região da Pampulha, cujo condomínio, que em 2012 era de R$ 170 por mês, passou para R$ 190 no primeiro mês deste ano.

Em outro clube da mesma região, o condomínio da cota familiar ficou em janeiro 9,37% mais caro, passando de R$ 95 para R$ 105. O valor cobrado para a cota individual também aumentou, em 8,33%, e hoje é R$ 65. Segundo comunicado da direção do clube aos sócios, os valores estavam congelados desde maio de 2010.



 
Poupar todo mês pode aliviar aperto e evitar dívidas
Com pagamento de impostos, dívidas feitas para as festas do ano anterior e gastos com matrículas e material escolares, janeiro, apesar da tentação das liquidações e saldões, que prometem descontos de até 80%, não é um mês propício a extravagâncias financeiras. "É hora de apertar o cinto. Não tem outro jeito", ressalta a professora de finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV/IBS), Marlene Kraus.

Para evitar mais dificuldades na hora de pagar as contas em janeiro, ela aconselha que o consumidor se prepare financeiramente no decorrer do ano. "O ideal é poupar, pelo menos, 10% da renda familiar. Procurar ter uma reserva de segurança não só para janeiro, que é um mês de mais compromissos, como o pagamento de impostos e gastos relativos às escolas, mas para qualquer outro tipo de eventualidade que possa acontecer", aconselha.

A professora ressalta que é preciso fazer um controle financeiro da realidade da família. "É preciso ter um orçamento familiar, fazer uma planilha. E reavaliar o orçamento semanalmente, além de não comprar por impulso, analisando a necessidade do produto ou serviço", frisa.

Ela ressalta que o ideal é comprar à vista, sempre negociando um desconto, e também aconselha a evitar o endividamento. "O uso do cartão merece cuidado. Ele é uma boa forma para comprar, desde que o consumidor pague o valor total. Afinal, os juros do crédito rotativo são muito altos" diz. (JG)
Fonte: O TEMPO

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