BC reduz previsão de crescimento do PIB em 2012 de 3,5% para 2,5%

28 de Junho de 2012
por: Mônica Izaguirre e Murilo Rodrigues Alve

BRASÍLIA - O Banco Central (BC) revisou a projeção de crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) para 2,5% em 2012, informou nesta quinta-feira a autoridade monetária ao divulgar o Relatório Trimestral de Inflação.

A estimativa anterior era de expansão de 3,5%, número que constou no documento de dezembro do ano passado e que foi mantido na versão de março deste ano.

No relatório divulgado hoje, o BC também passou a projetar que a inflação termine 2012 acima do centro da meta. A autoridade monetária calcula que a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fecharia o ano em 4,7%, na hipótese de a taxa básica de juros manter-se em 8,5% ao ano.

Análise:

O desempenho da economia esperado pelo BC é mais modesto do que a projeção oficial do Ministério da Fazenda – expansão de 4%. No entanto, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, vem afirmando que o crescimento da economia brasileira neste ano será maior do que o do ano passado. 

Em 2011, o PIB brasileiro cresceu 2,7%, depois de ter registrado expansão de 7,5% em 2010. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a taxa de crescimento do primeiro trimestre deste ano foi de apenas 0,2% sobre o quarto trimestre de 2011. 

O mercado é ainda menos otimista do que o BC e a equipe econômica do governo. A expectativa de crescimento do PIB foi revisada para 2,18%, segundo dados do boletim semanal Focus, publicado nesta segunda-feira. Algumas instituições já reduziram as projeções de expansão para o ano a  níveis abaixo de 2%. A estimativa da Credit Suisse (1,5%) indignou o ministro da Fazenda, que considerou o número é uma “piada”.

Para impulsionar o nível da economia doméstica e combater os efeitos da crise financeira internacional, o governo vem adotando medidas de estímulo à atividade. Elas abarcam incentivo ao consumo (como redução de IPI para linha branca e automóveis, além de corte de IOF sobre empréstimos para pessoas físicas e liberação de compulsórios), proteção à indústria (por meio de desoneração da folha de pagamento para alguns setores, por exemplo) e linha de crédito de R$ 20 bilhões para Estados.

Ontem, o governo anunciou um programa de R$ 8,43 bilhões em compras de equipamentos e máquinas dentro do programa PAC Equipamentos – Programa de Compras Governamentais. No mesmo evento foi divulgada a redução da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) de 6% para 5,5% ao ano para estimular os investimentos das empresas.

Fonte: Valor Econômico

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