Juro menor para a casa própria na Caixa vai beneficiar a classe média

16 de Janeiro de 2013
por: Geórgea Choucair

Caixa reduz taxa para compra de imóveis, novos ou usados, acima de R$ 500 mil

 

 

A Caixa Econômica Federal iniciou a corrida atrás da classe média para financiamento imobiliário. O banco reduziu as taxas de juros de imóveis novos e usados para clientes e consumidores em geral que desejam comprar unidades com valor acima de R$ 500 mil, fora, portanto, do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). As novas taxas estão valendo desde ontem. A economia para um financiamento de R$ 600 mil, por exemplo, pode ficar em torno de R$ 43,3 mil, em 30 anos, segundo o banco.


Na Grande BH, os imóveis com valor acima de R$ 500 mil representam entre 15% e 20% do mercado, segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG). “A medida deve beneficiar principalmente a classe média. A pessoa vai poder sair de um apartamento de dois quartos e ir para um de quatro”, afirma Jorge Luiz Oliveira de Almeida, vice-presidente de comunicação do Sinduscon-MG.

As taxas de juros efetivas para clientes que não possuem relacionamento com a Caixa caem de 9,9% para 9,4% ao ano. Para clientes que possuem relacionamento e conta salário no banco, as taxas serão reduzidas de 8,9% para 8,4% ao ano. No caso de servidores públicos, as taxas podem chegar a 8,3% ao ano. Na avaliação de Almeida, do Sinduscon-MG, a tendência é de que o mercado acompanhe as novas taxas de juros. “O governo vinha beneficiando a camada da população que comprava imóvel de até R$ 500 mil. A partir de agora vai ser contemplada uma parcela que estava esquecida”, observa.

O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady Simão, ressalta que as medidas que estão sendo tomadas na área imobiliária são para desonerar o setor, melhorar garantias, reduzir os riscos e aumentar a segurança jurídica. “Tudo isso estimula a queda da taxa de juros, pois todo crédito tem um nível de risco implícito”, diz.
José Urbano Duarte, vice-presidente de Habitação e Governo da Caixa, afirmou, por meio de nota, que, “diante do cenário de demanda crescente por crédito imobiliário, o objetivo do banco é oferecer condições atrativas para todos os clientes”.

ZERO PAPEL A Caixa atingiu recorde em contratações de crédito imobiliário em 2012, chegando a R$ 101 bilhões em financiamento, alta de 33,8% em relação ao ano anterior (R$ 75,4 bilhões). Para 2013, o banco espera a contratação de R$ 120 bilhões na modalidade de financiamento. Em Minas, as contratações da Caixa também foram recordes: atingiram R$ 10,6 bilhões neste ano. Para 2013, o banco espera que os financiamentos no estado somem R$ 12 bilhões.

Do total contratado pela Caixa no Brasil, R$ 44,95 bilhões correspondem a aplicações com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE); R$ 38,7 bilhões às linhas que utilizam recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS); e R$ 17,36 bilhões são de recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR) e demais fontes. Segundo Duarte, a contratação de crédito imobiliário sem circulação de papel – o chamado Processo Zero Papel – vai ser outro passo importante para assegurar maior agilidade na realização das operações de crédito imobiliário, comodidade para os clientes e redução de custos.

Desconto por água abaixo

Os compradores de imóveis de primeira viagem que deixaram para registrar o bem no início deste ano levaram um susto ao chegar ao cartório: o benefício de 50% no pagamento da taxa de emolumento e de fiscalização judiciária dos cartórios foi por água abaixo para a maioria dos interessados. Desde o dia 2, a legislação estadual estabelece nova cláusula para ter a vantagem. A taxa de financiamento do mutuário precisa ser, pelo menos, 70% mais barata do que a taxa básica de juros da economia (Selic).

A taxa Selic é 7,25% ao ano . “É um benefício que não atinge ninguém”, reclama Juliana De Mari, que financiou apartamento de três quartos no Bairro Caiçara por R$ 320 mil. Ao chegar ao Cartório Bolivar, no Centro da capital, para pagar a taxa, ficou sabendo que não teria mais o desconto de 50%. “Tive que pagar o valor completo, pois não tive escolha”, diz.

O artigo 15 da Lei 20.379, de 13 de agosto de 2012, alterou a Lei 15.422, de 30 de dezembro de 2004. Antes, os requisitos para o mutuário ter 50% de desconto no pagamento da taxa eram os seguintes: o imóvel precisaria ser residencial, ser a primeira unidade do mutuário e ter sido financiado pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Com a mudança na legislação, passou a ser exigido ainda que o financiamento tivesse sido feito com taxa pelo menos 70% abaixo da Selic.

“Somos obrigados a cumprir a lei e ainda somos fiscalizados”, alega Silvia Maria Bolivar Moreira, oficial do Cartório Bolivar, 3º Ofício de Registro de Imóveis. A reportagem do Estado de Minas entrou em contato com a Secretaria da Fazenda, que confirmou a decisão. Segundo a secretaria, com a taxa de juros Selic vigente de 7,25%, seria necessário que a taxa de financiamento fosse inferior a 5,075% ao ano para se aplicar o benefício. (GC)

 

Fonte: O Estado de Minas

 

Avenida Amazonas, 491, sala 912, CEP: 30180-001, Belo Horizonte/MG - Telefone: (31) 3110-9224 | (31) 98334-8756