Na contramão da inflação do país, preços caem na internet

17 de Janeiro de 2013
por: Janine Horta

Em 2012, enquanto o IPCA subiu 5,85%, e-commerce teve queda de 7,79%

 

Enquanto os preços em geral subiram ao longo de 2012, com inflação medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 5,84%, os produtos vendidos pela internet ficaram, em média, 7,79% mais baratos nesse mesmo período. Quem revela é a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) que, em parceria com o site de busca e comparação de preços Buscapé, pesquisou a evolução dos preços nos últimos dois anos, constatando uma tendência de queda, ao contrário dos demais ambientes de compras, em que tudo fica cada vez mais caro.

Ainda de acordo com índice da Fipe/Buscapé, em dezembro, melhor mês para o comércio, houve um barateamento de 1,28% na comparação com novembro. Foram pesquisados preços de 151 categorias de produtos, divididos em dez grupos, sendo que 105 tiveram queda de preço de, em média, 1,31% em dezembro de 2012, enquanto 46 tiveram aumento de preço de, em média, 0,04%.

As maiores reduções de preços vieram dos brinquedos e games, que ficaram 2,98% mais baratos, e dos eletrônicos, com redução de 2,93%. Moda e acessório tiveram reduções de 1,57%. De todos os itens pesquisados, somente o grupo de "cosméticos e perfumaria" subiu, com aumento de 0,34%, na mesma base de comparação.

Concorrência

A explicação pode estar na constante concorrência entre os sites, agora que o mercado da internet se firmou. Os portais de compra precisam que os produtos estejam mais atrativos que nas lojas físicas e mais baratos que em seus concorrentes. "O recuo nos preços reflete a grande oferta de cupons de descontos disponíveis. O consumidor habituado a comprar pela internet dificilmente toma uma decisão sem antes comparar preços e buscar por promoções", reforça Pedro Eugenio CEO, do Busca Descontos, portal que reúne cupons de desconto dos maiores varejistas do Brasil e responsável pelo BlackFriday.com.br.

Para o diretor-presidente da Web Consult e especialista em inteligência digital Leonardo Bortoletto, a grande competição entre as lojas, o aumento da oferta do mix de produtos e a logística cada vez mais barata, que garante às vezes até a isenção do frete, faz com que o consumidor saia beneficiado. "A operação digital, por ser mais barata, permite os preços melhores. Se a empresa tem boa reputação, vale a pena comprar pela internet", conclui.
Variedade
Compra-se de ração para gatos a e-books

"Sempre é mais barato comprar na internet do que numa loja física. Para levar ainda mais vantagem, é preciso pesquisar os preços e promoções entre os sites. O que se percebe de cara é que, para os eletroeletrônicos, o preço no dia do lançamento é um, e seis meses depois o produto já está bem mais barato, talvez porque nesse prazo as fábricas já lançaram modelos mais modernos", avalia o administrador de empresas Edmir Denis Diniz, que compra todo mês algum produto pela internet.

Edmir começou comprando os livros tradicionais em papel, e hoje é um consumidor constante de e-books. Sua última aquisição foi a obra "O lado bom da vida", publicação norte-americana que inspirou o filme de mesmo nome que este ano concorre ao prêmio Oscar. "Compro sempre, o negócio é pesquisar os preços. Já comprei de tudo: geladeira, TV, jogos, celular e, além dos livros, compro mensalmente ração e areia para gatos. Até isso sai mais barato", informa o administrador.

Além dos preços mais baixos, a preferência pelas compras na internet veio pela facilidade em comparar preços, variadas opções de pagamento e rápida entrega. (JH)

 

 

Fonte: O TEMPO

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