Na contramão da inflação do país, preços caem na internet
Em 2012, enquanto o IPCA subiu 5,85%, e-commerce teve queda de 7,79%
Ainda de acordo com índice da Fipe/Buscapé, em dezembro, melhor mês para o comércio, houve um barateamento de 1,28% na comparação com novembro. Foram pesquisados preços de 151 categorias de produtos, divididos em dez grupos, sendo que 105 tiveram queda de preço de, em média, 1,31% em dezembro de 2012, enquanto 46 tiveram aumento de preço de, em média, 0,04%.
As maiores reduções de preços vieram dos brinquedos e games, que ficaram 2,98% mais baratos, e dos eletrônicos, com redução de 2,93%. Moda e acessório tiveram reduções de 1,57%. De todos os itens pesquisados, somente o grupo de "cosméticos e perfumaria" subiu, com aumento de 0,34%, na mesma base de comparação.
Concorrência
A explicação pode estar na constante concorrência entre os sites, agora que o mercado da internet se firmou. Os portais de compra precisam que os produtos estejam mais atrativos que nas lojas físicas e mais baratos que em seus concorrentes. "O recuo nos preços reflete a grande oferta de cupons de descontos disponíveis. O consumidor habituado a comprar pela internet dificilmente toma uma decisão sem antes comparar preços e buscar por promoções", reforça Pedro Eugenio CEO, do Busca Descontos, portal que reúne cupons de desconto dos maiores varejistas do Brasil e responsável pelo BlackFriday.com.br.
Para o diretor-presidente da Web Consult e especialista em inteligência digital Leonardo Bortoletto, a grande competição entre as lojas, o aumento da oferta do mix de produtos e a logística cada vez mais barata, que garante às vezes até a isenção do frete, faz com que o consumidor saia beneficiado. "A operação digital, por ser mais barata, permite os preços melhores. Se a empresa tem boa reputação, vale a pena comprar pela internet", conclui.
"Sempre é mais barato comprar na internet do que numa loja física. Para levar ainda mais vantagem, é preciso pesquisar os preços e promoções entre os sites. O que se percebe de cara é que, para os eletroeletrônicos, o preço no dia do lançamento é um, e seis meses depois o produto já está bem mais barato, talvez porque nesse prazo as fábricas já lançaram modelos mais modernos", avalia o administrador de empresas Edmir Denis Diniz, que compra todo mês algum produto pela internet.
Edmir começou comprando os livros tradicionais em papel, e hoje é um consumidor constante de e-books. Sua última aquisição foi a obra "O lado bom da vida", publicação norte-americana que inspirou o filme de mesmo nome que este ano concorre ao prêmio Oscar. "Compro sempre, o negócio é pesquisar os preços. Já comprei de tudo: geladeira, TV, jogos, celular e, além dos livros, compro mensalmente ração e areia para gatos. Até isso sai mais barato", informa o administrador.
Além dos preços mais baixos, a preferência pelas compras na internet veio pela facilidade em comparar preços, variadas opções de pagamento e rápida entrega. (JH)
Fonte: O TEMPO