Reclamações contra entrega de imóveis novos crescem 35%

22 de Janeiro de 2013
por: Pedro Grossi

No site Reclame Aqui, queixas contra construtoras sobem 600% em três anos

 

As paredes ainda estão cheirando à tinta e o prédio, novo, parece perfeito. Com o passar dos dias, aparece uma infiltração no banheiro, um vazamento na garagem e uma mancha na cerâmica. Quando a construtora se furta das suas obrigações e não resolve os problemas do empreendimento, a frustração pode se tornar uma bela dor de cabeça.

Esse tipo de transtorno, que deveria ser uma exceção, está cada vez mais comum. Apenas de janeiro a novembro do ano passado, cresceu 35% o número de reclamações por problemas em imóveis com menos de um ano de uso, segundo dados divulgados pela Associação Nacional dos Mutuários (ANM).

Não existem números nacionais consolidados, mas no site Reclame Aqui, que é um bom indicador das relações de consumo, apenas entre 2009 e 2012 cresceu 600% o número de reclamações contra construtoras. A estimativa é que, nacionalmente, 60% do total de queixas sejam referentes a atrasos nas entregas das obras e um percentual menor (5%), mas significativo, seja de queixas sobre imóveis novos.
"Foram muitos lançamentos nos últimos anos e o controle de qualidade visivelmente caiu", explica o presidente da Associação dos Mutuários e Moradores de Minas Gerais (AMMMG), Sílvio Saldanha.

Como o ciclo de investimento tem entre dois e três anos, imóveis novos, que estão começando a apresentar problemas, foram planejados e construídos entre 2009 e 2010, período em que o boom imobiliário foi mais intenso.

Saldanha, que também orienta mutuários e proprietários em ações judiciais, diz que alguns cuidados simples podem evitar problemas futuros. "Na hora da entrega das chaves, é realizada uma vistoria. Nesse momento, é interessante o comprador levar um engenheiro", aconselha. O dono do imóvel também deve ficar atento aos prazos para reclamações de pequenos defeitos. Problemas estruturais são de responsabilidade da construtora, independentemente da idade do prédio.

Queixas. Moradores do condomínio Montserrat, no bairro Serra, região Centro-Sul de Belo Horizonte, já contabilizam vários pequenos problemas no prédio, de cinco andares, entregue pela construtora Vienge, há pouco mais de um ano.

"Fizemos uma lista com 25 problemas. Desses, dois ou três foram resolvidos", conta a síndica, Helenice Figueiredo. Segundo ela, existem pequenas falhas no prédio, como o projeto malfeito da entrada da garagem e o teto da guarita da portaria, que acumula água. O problema mais preocupante, de acordo com Helenice, é um vazamento constante na garagem. Como o edifício está em uma rua íngreme e faz limites com casas irregulares do aglomerado da Serra, o receio é de que o vazamento seja indício de uma falha na estrutura.

"Não há nenhum risco", garante o proprietário da Vienge, Fernando César Corrêa. "O problema é que as construções irregulares foram feitas sem impermeabilização do terreno e a água da chuva acaba empoçando em um desnível no piso da garagem", completa.

Segundo ele, a solução para o problema já está encaminhada e um novo sistema de captação da água da chuva será instalado. O representante da empresa também garantiu que todos os demais problemas foram ou estão sendo resolvidos.





Aluguel residencial na capital sobe acima da inflação
O preço do aluguel residencial em Belo Horizonte subiu 7,6% em 2012. O aumento superou a inflação da capital, que aumentou 5,75% no mesmo período. Os dados são de um estudo divulgado ontem, pela Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG).

A justificativa, segundo o setor, é a baixa oferta, que caiu 1,21% em relação a 2011. "Belo Horizonte não consegue ofertar a quantidade de imóveis para atender à demanda, e isso influencia no preço. Se tivessem imóveis suficientes para o que é demandado, o impacto no preço do aluguel não seria tão significativo", explica o vice-presidente da CMI/Secovi-MG, Fernando Júnior.

Segundo ele, apesar de o aluguel ter subido acima da inflação, a pesquisa aponta para uma estabilização dos preços, considerando que, em anos anteriores, como 2011, o reajuste da locação foi ainda maior (10,47%).

Só no mês de dezembro, o aluguel residencial aumentou 0,8%. As casas tiveram o maior reajuste, de 1,33%, seguidas pelos apartamentos, que ficaram 0,73% mais caros, e pelos barracões, que tiveram aumento de 0,59%.

No segmento comercial, o aluguel subiu 10,77%, em 2012. Neste ramo, oferta caiu 1,72%, segundo a pesquisa. (Da Redação)
Fonte: O TEMPO

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