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23 de Janeiro de 2013
por: Luciene Câmara

Primeira morte do ano foi confirmada em Uberaba, no Triângulo Mineiro

 

Além de confirmar a primeira morte deste ano por dengue em Minas, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou, ontem, que 23 municípios vivem um surto da doença. A situação foi constatada por conta da elevação abrupta no número de notificações em poucas cidades, principalmente no Vale do Aço, no Triângulo Mineiro e no Norte.

A proximidade com os Estados de Goiás e Mato Grosso do Sul, que enfrentam epidemias de dengue, tem agravado o problema em alguns municípios mineiros, segundo o secretário de Estado de Saúde, Antônio Jorge de Souza Marques. Só nos 18 primeiros dias do ano, 6.525 casos já foram confirmados em Minas, 7,2% a mais do que em todo o mês de janeiro de 2011, que teve 5.803.

Durante reunião do Comitê Gestor Estadual de Políticas de Enfrentamento à Dengue, na tarde de ontem, Marques disse que o governo está com uma verdadeira "operação de guerra" para conter o mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. O encontro reuniu Defesa Civil Estadual, Companhia de Saneamento Básico de Minas Gerais (Copasa) e outras secretárias de governo. "Na próxima semana, vamos chamar o Exército para somar esforços e planejar ações", disse o secretário.

A lista das 23 cidades com surto de dengue não foi divulgada pela SES até a noite de ontem, mas o órgão já informou os locais com maior número de casos notificados no Estado, considerando a cidade de residência da pessoa que contraiu a doença.

Os três primeiros municípios do ranking estão no Vale do Aço. Ipatinga é a cidade com mais número de casos notificados neste ano, 1.557, seguida de Timóteo, com 765, e Coronel Fabriciano, com 705. Ao todo, 30 cidades são responsáveis por 75% das notificações.

Vítima. Foi em Uberaba, a quarta localidade da lista, com 348 notificações nesse ano, que ocorreu a morte de J.C.B.R, 48, em 14 de janeiro deste ano. O caso só foi confirmado ontem pela SES, que ainda não sabe informar se o óbito foi provocado por dengue com complicações ou febre hemorrágica causada pela doença.

A secretaria apura ao menos mais seis mortes por suspeita de dengue em Timóteo, Ipatinga, Belo Oriente e Ipaba, todas no Vale do Aço, e Montes Claros, no Norte.

O governo do Estado informou que, neste ano, empregou R$ 1,5 milhão em ações de combate à dengue no Vale do Aço e que o orçamento de 2013 destinou R$ 26 milhões ao problema.
Nas cidades mais atingidas, estão sendo feitos mutirões de limpeza.





Limpeza
Estado orienta prefeitos a recorrerem à Justiça
Para combater os focos da dengue em imóveis fechados e abandonados, o secretário de Estado de Saúde, Antônio Jorge de Souza Marques, orienta os gestores municipais a buscarem alvarás na Justiça que autorizem a entrada nesses locais para limpeza. A medida foi adotada pela Prefeitura de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, que conseguiu liminar favorável para a realização do trabalho.

"Os prefeitos devem buscar esse recurso para entrar nas residências e acabar com os focos", recomendou o secretário. Em Juiz de Fora, na Zona da Mata, há bairros com 20% dos domicílios infestados pelo mosquito.

Além da alternativa de buscar uma liminar, o secretário informou que pelo menos 300 profissionais foram contratados para os mutirões de combate à dengue, entre eles, agentes de endemia. Desses, cerca de 200 trabalhadores já estão atuando em cidades do Vale do Aço.

Em Araçuaí, no Alto Jequitinhonha, a força-tarefa começou no dia 4 deste mês. A ação já se estendeu também para as cidades de Águas Formosas, Crisólita e Pavão, todas no Vale do Mucuri. Na maioria dos municípios, segundo Antônio Jorge, a troca de prefeitos e a demissão das equipes de endemia e limpeza favoreceram a proliferação do mosquito. (LC)
Fonte: O TEMPO

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