Carne sobe em três meses mais que a inflação de 2012

24 de Janeiro de 2013
por: Janine Horta

Maminha teve alta de 7,37%, enquanto o IPCA foi de 5,84% no ano passado

 

O preço da carne vem subindo mais que a inflação. Alguns cortes, como a maminha, por exemplo, uma das mais populares, subiram 7,37% de novembro do ano passado até o momento, enquanto a inflação ao longo de 2012 medida pelo IBGE foi de 5,84%. O levantamento de preços feito pelo site Mercado Mineiro aponta também um aumento de 7,09% para a alcatra, 6,06% para o contra-filé, 5,88% para o filé mignon e 5,38% para a picanha. Todos os demais cortes também subiram, de 1% a 3% em média.

O diretor do site, Feliciano Abreu, comenta que os cortes mais baratos subiram mais. "Geralmente os açougues conseguem segurar o preço das carnes mais caras porque elas saem menos", analisa.
O empresário André Pedersoli é um grande consumidor de carne, e sentiu no bolso a diferença. Para pagar mais barato e abastecer a família, compra uma peça inteira por mês, na tentativa de economizar de R$ 6 a R$ 7. "A peça dura cerca de 40 dias, mas senti que do mês passado para cá ela aumentou algo em torno de R$ 2 por quilo", comenta.

Pastos secos. Em Minas Gerais, o preço da arroba do boi na região do Triângulo Mineiro foi cotado em R$ 89 no início de janeiro e agora subiu para R$ 90. De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a culpada de tudo isso é a chuva, que caiu menos nos últimos meses e afetou as pastagens. Com menos alimento à disposição, os rebanhos demoram mais a chegar ao ponto de abate. Assim, os preços do boi gordo subiram no mercado interno no mês de dezembro, influenciados pela restrição de oferta.

De fato, a arroba do boi gordo nesta época do ano deveria estar mais barata, pela maior oferta de pastagens e pela queda no consumo em janeiro, já que o consumidor tem menor poder de compra nesse período. Quem analisa é o consultor de mercado da Scot Consultoria, Alex Lopes. "Até o final de janeiro a tendência é uma pressão de baixa nos preços pela ampliação da oferta, já que as pastagens já estão se recuperando, mas o consumo continuará baixo. Já em fevereiro, a demanda volta a aumentar e aí dependeremos do balanço entre oferta e demanda", conclui.
Prévia do índice oficial aponta alta de preços
São Paulo. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) teve variação positiva de 0,88% em janeiro, acima das taxas registradas em dezembro (0,69%) e janeiro (0,65%) do ano passado. A aceleração foi puxada pela alta nos preços dos grupos alimentação, bebidas e despesas pessoais, segundo o IBGE. O índice é uma prévia da inflação oficial e mede a variação de preço da última quinze de um mês e da primeira quinzena do mês seguinte.

No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 ficou em 6,02%, também acima dos 12 meses anteriores (5,78%). Itens importantes no orçamento das famílias subiram, como hortaliças (6,48%), feijão-carioca (6,25%), tomate (6,2%) e frango (5,61%) "De fato, essa alta contamina as projeções anteriores para janeiro", disse a economista Alessandra Ribeiro, da Tendências. Outro índice preocupa. A inflação medida pelo IPC-S ficou em 1,03% na terceira quadrissemana de janeiro, informou a FGV.
Fonte: O TEMPO

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