Janeiro: mês de `limpar´ o nome

28 de Janeiro de 2013
por: Paula Coura

Consumidor está mais preocupado com as dívidas e com o orçamento

 

Passada a euforia das compras de fim de ano, janeiro é o mês de colocar as contas em dia. Além das despesas extras características do início de ano, como pagamento de IPTU, IPVA, matrícula escolar dentre outros gastos, o período é uma ótima oportunidade para quem quer limpar o nome.
E há quem tenha maneirado nos gastos de dezembro para entrar em 2013 sem nenhuma dívida pendente.

"O consumidor colocou o pé no freio em 2012. Chega a hora em que ele vê que é necessário diminuir o ritmo para conseguir pagar as contas", avalia o assessor econômico da Serasa Experian, Carlos Henrique de Almeida.

Segundo levantamento feito pela Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio), a inadimplência do consumidor belo-horizontino registrou a menor taxa dos últimos anos. A Pesquisa de Endividamento do Consumidor (PEC) mostra que, em dezembro de 2012, a taxa de inadimplência recuou para 4,9%, o menor patamar desde os meses de julho e agosto de 2008, quando atingiu 3,7%.

Os números revelam que o consumidor está mais preocupado com as dívidas e com o orçamento familiar, avalia o economista da Fecomércio, Gabriel de Andrade Ivo. "Eles preferiram pagar algumas contas para equilibrar o orçamento, mas não deixaram de ir às compras natalinas", garante.

Ainda conforme a pesquisa, 30% da renda familiar futura comprometida representam 67,8% dos entrevistados. "O indicador aponta para o risco atuando como sinalizador de certa dose de descontrole das finanças", afirma Ivo.

Inadimplência. Segundo levantamento da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), o número de registros junto ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) cresceu 2,3%. No entanto, mais consumidores limparam o nome. O número de cancelamentos de registros cresceu 9,29%.

A falta de planejamento na hora das compras, principalmente de produtos como eletrodomésticos e roupas, foi a principal causa de inadimplência na capital em 2012. Nos anos anteriores, causas como desemprego e compras para terceiros lideravam o ranking.

A pesquisa revela que, dos entrevistados, 21,65% ficaram inadimplentes porque não conseguiram quitar as parcelas da compra de eletrodomésticos.

Já segundo indicador da Serasa Experian, o crescimento da inadimplência em 2012 foi de 15% na comparação com o ano anterior.

Segundo a empresa, o comprometimento de renda do consumidor foi puxado pelo endividamento crescente desde 2010 e dificultou o pagamento em dia no ano passado. "É um valor considerado alto, mas a tendência é que, mesmo que a inflação cresça, esse número abaixe neste ano, porque o consumidor está mais consciente das suas dívidas", avalia o assessor econômico Carlos Henrique Almeida.





Promessas `mágicas´ de volta do crédito na hora são falsas
Seja pela internet ou em pequenos escritórios, a promessa de limpar o nome "milagrosamente" chega a ser tentadora. Mas, de acordo com Carlos Henrique de Almeida, assessor econômico da Serasa Experian, elas são apenas um golpe ao consumidor.

"O consumidor tem que ter em mente que não existe solução mágica para sanar uma dívida. Muitas vezes, quando ele aceita um desses serviços de escritório para sanar uma dívida, ele só transfere o problema, que sai de uma empresa não formal para as mãos de um agiota", explica Almeida.

Ele ainda conta que, para não cair nessa tentação, o consumidor tem que ter em mente que ele mesmo pode fazer a renegociação de qualquer dívida. "O ideal é que a pessoa tenha em mente que, na hora de tentar uma renegociação, ela leve uma contraproposta. É só colocar tudo na ponta do papel para evitar nova inadimplência. O ideal é tentar pagar tudo em menos prestações", ensina.

Direito. Pelo Código de Defesa do Consumidor, ao ter uma dívida renegociada, a pessoa já pode ter seu nome retirado dos bancos de dados de anotações de inadimplência, pois ela continua a ser devedora, mas não é mais inadimplente. Para saber a situação do seu nome na praça, a Serasa oferece um serviço gratuito de consulta ao CPF. "É necessário que a pessoa seja a titular do documento para a verificação", diz Almeida. (PC)
Fonte: O TEMPO

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