Minas fecha o ano com menos empregos criados que em 2011

Nos 12 meses, o saldo foi de 145.292, número 30,2% menor que o do ano anterior

Mesmo com cinco meses de quedas seguidas no nível de emprego, Minas Gerais ainda fechou o ano passado com crescimento nas contratações. Nos 12 meses, o saldo - diferença entre demissões e admissões - foi de 145.292. Apesar de o número ser positivo, ainda é 30,2% menor do que o alcançado em 2011, quando foi de 280.194.

O setor que teve maior destaque em 2012, levando em conta o saldo de empregos, foi o de serviços. O volume de contratados no segmento ficou em 843.430. Já 779.739 foram demitidos, o que gerou um saldo de 63.691. O segundo no ranking foi o comércio, que alcançou um saldo de 41.483. O resultado foi fruto da contratação de 555.702 trabalhadores frente à demissão de 514.219.

O economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas), Gabriel de Andrade Ivo, justifica o crescimento com o bom momento vivido pelos setores. "Com as políticas governamentais de estímulo ao consumo, bom nível de remuneração e baixo índice de desemprego, os segmentos respondem imediatamente, simplesmente por serem mais demandados pelos consumidores", afirmou.

As expectativas para este ano também são positivas. Espera-se que as contratações no comércio e serviços permaneçam aquecidas por causa da realização da Copa das Confederações ainda em 2013 e a proximidade da Copa do Mundo, que devem alavancar os negócios daqui para frente. Porém, o economista ressalta que é possível que o saldo não cresça porque o Estado já está próximo do pleno emprego. "As contratações tendem a ficar menores porque, por mais que haja vagas, não existe desemprego zero. Sempre vai ter alguém desempregado. Por isso, quanto menor o índice de desemprego, menor vai ficando a contratação", explica. Isso explica, por exemplo, o motivo que levou a uma queda no nível de emprego no Estado de agosto a dezembro de 2012.

ALISSON J. SILVA

Comércio alcançou um saldo de 41.483 vagas no ano passado e só empregou menos que o setor de serviços em Minas Gerais

Construção - Outro setor de destaque em Minas Gerais foi o da construção civil, com saldo de 23.004 vagas. Ao todo, foram contratados 418.881 e demitidos 395.877. Porém, ao contrário do comércio e serviços, o maior nível de contratação não está atrelado a um crescimento vertiginoso porque, conforme lembra o presidente da Câmara da Indústria da Construção Civil, Teodomiro Diniz Camargos, o setor passou por uma desaceleração no ano passado, com redução nas vendas e nos lançamentos. Dessa forma, a principal justificativa para a alta contratação do setor no ano passado é a continuidade dos projetos iniciados em 2010 e 2011. Com a falta de mão de obra e dificuldades na locação de equipamentos necessários para levar as obras adiante, grande parte dos empreendimentos atrasou. Portanto, ainda neste ano o saldo deverá permanecer positivo para possibilitar o cumprimento de contratos já firmados.

Outros saldos positivos foram registrados na indústria de transformação, com 16.452 novas vagas; e na extrativa mineral, com 2.504. Porém, agropecuária, que sofre muita interferência de questões sazonais com contratações temporárias durante o período de safra, fechou com saldo negativo de 2.059. A administração pública ficou praticamente estável, negativo em apenas 21 postos.

Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o ano fechou com um saldo de 52.712 empregos. No período, foram demitidas 970.218 pessoas e contratadas 1,022 milhão. Os destaques repetiram a tendência do Estado, com maiores saldos nos setores de serviços, comércio e construção civil, o que aconteceu também em Belo Horizonte. Na Capital, foram admitidos 682.626 trabalhadores e desligados 644.141.

Fonte: Diário do Comércio