Salário mínimo e IPTU puxam a inflação em janeiro

06 de Fevereiro de 2013
por: Aparecida Lira

 

ALISSON J. SILVA
O tomate foi um dos destaques no aumento dos preços, e subiu 77,57% em Belo Horizonte em janeiro
O tomate foi um dos destaques no aumento dos preços, e subiu 77,57% em Belo Horizonte em janeiro

Pressionada sobretudo pelo Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e por serviços pessoais, que incluem salários de empregadas domésticas e o trabalho de pedreiros - remunerados de acordo com o novo salário mínimo -, a inflação em Belo Horizonte chegou a 2,38% no mês de janeiro. Embora muito alta, não foi pior que a de janeiro de 2012 (2,60%), ressalta Wanderley Ramalho, economista da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis (Ipead) da UFMG, responsável pela pesquisa que calcula o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) na Capital.

O maior peso veio do reajuste das domésticas - 9% - e contribuição de 0,54 ponto percentual no IPCA, seguido pelo IPTU (5,78% e 0,34 p.p.) e pelos serviços de pedreiros, eletricistas e marceneiros (25,58% e 0,32 p.p.). Mas foi muito forte também, ressalta Wanderley Ramalho, o aumento de preços dos alimentos in natura, de 16%, responsáveis pela elevação de 9,70% no valor da cesta básica na cidade entre dezembro de 2012 e o mês passado. Vale lembrar que nos últimos 12 meses a inflação em BH está em 5,52%. Entretanto, segundo Ramalho, "os preços dos alimentos sempre sobem no primeiro trimestre".

Os destaques foram os aumentos de preços do tomate, de 77,57%, e da batata inglesa (45,16%). Também tiveram influência significativa o feijão carioquinha, com IPCA de 5,10%, a farinha de trigo (4,29%) e a manteiga (2,54%). Mas ficaram mais acessíveis ao bolso do consumidor alimentos como a banana caturra, que no primeiro mês de 2013 ficou 3,09% mais barata e o açúcar cristal, com redução de preço de 2,86%. Comparando janeiro de 2013 com janeiro de 2012, a cesta básica está custando 13,66% mais, R$ 315,53, o que representa quase a metade (46,54%) do valor do salário mínimo vigente, que é de R$ 678.

Dentre os itens que compõem o IPCA, destacam-se ainda as altas de 5,52% nas tarifas dos ônibus urbanos e de 9,86% nos cursos de primeiro grau. Do outro lado, pressionando a inflação para baixo, ficaram o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), com deflação de 2,80%, manutenção de conta bancária (-9,50%), teatro (-17,35%), transferência interbancária (-3,48%) e móveis para sala (-1,21%).


Juros
- O campeão dos juros em Belo Horizonte continua sendo o cartão de crédito, cujas taxas em janeiro chegaram a 12,81% na média, com variação entre 11,90% e 13,95%. São exatamente os mesmos juros praticados em janeiro do ano passado, inclusive as variações. Em segundo lugar, mas muito próximos, estão os juros cobrados pelas financeiras independentes, de 12,30% em média, com oscilações entre 8,34% e 15,55% ao mês. Ainda que continuem extremamente altos, os juros das financeiras tiveram queda de 4,87% em relação a dezembro de 2012. Em janeiro caíram também os juros do cheque especial (0,65%), que ficaram em 7,66% na média, indo de 4,12% a 9,69%, dependendo da instituição financeira.

Janeiro não foi particularmente benéfico para as empresas, já que os juros dos principais serviços oferecidos para pessoas jurídicas também ficaram mais altos. No caso do capital de giro, o aumento chegou a 8,16%, com as taxas variando entre 0,99% a 6,16%. Para o desconto de duplicatas o aumento foi de 3,59% (oscilando entre 0,93% a 3,09%) e para a conta garantida o aumento foi de 5,34%, podendo ser encontrados juros de 1,29% até 7,78% ao mês.

Fonte: Diário do Comércio

 

Avenida Amazonas, 491, sala 912, CEP: 30180-001, Belo Horizonte/MG - Telefone: (31) 3110-9224 | (31) 98334-8756