Mercado volta a reduzir previsão para crescimento do PIB em 2012

02 de Julho de 2012
por: Ana Conceição

SÃO PAULO - A despeito das medidas adicionais de estímulo à economia anunciadas na semana passada, as projeções do mercado financeiro para a expansão da economia e da indústria brasileira em 2012 seguem se deteriorando, de acordo com informações do boletim Focus, do Banco Central. As estimativas são apuradas semanalmente pela autoridade monetária junto a mais de cem instituições.

No boletim divulgado nesta manhã, a mediana das projeções dos analistas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012 caiu – pela oitava semana consecutiva - de 2,18% para 2,05%. Há quatro semanas, a expectativa era de uma expansão de 2,72%. Para 2013, contudo, a mediana para o PIB se manteve em 4,2%.

Na quinta-feira, no Relatório Trimestral de Inflação, o BC também baixou de 3,5% para 2,5% a expectativa para a expansão da economia brasileira em 2012.

O desempenho da economia esperado tanto pelo mercado financeiro quanto pelo BC é mais modesto do que a projeção oficial do Ministério da Fazenda – expansão de 4%. No entanto, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, vem afirmando que o crescimento da economia brasileira neste ano será maior do que o do ano passado.

Em 2011, o PIB brasileiro cresceu 2,7%, depois de ter registrado expansão de 7,5% em 2010. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a taxa de crescimento do primeiro trimestre deste ano foi de apenas 0,2% sobre o quarto trimestre de 2011.

Indústria mais fraca

As projeções para o aumento da produção industrial neste ano também cederam. A mediana das estimativas se deslocou para 0,39% em 2012, de 0,50% na semana passada. Essa estimativa cai há cinco semanas seguidas.

Um mês atrás, projetava-se crescimento de 1,15% na atividade da indústria brasileira. Para 2013, a expectativa melhorou. A mediana das estimativas subiu de 4,20% para 4,30% e já está acima do ponto em que se encontrava um mês atrás (4,25%).

Inflação na meta

A projeção dos analistas para a inflação em 2012 continua a se aproximar do centro da meta, de 4,5%, definida pelo Banco Central. O Focus mostra que a mediana das estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou de 4,95% para 4,93% em 2012.

Para 2013, a mediana do IPCA - apurada a partir de consultas a mais cem instituições – se manteve em 5,50%. A estimativa do PIB para o próximo ano também não saiu do lugar: 4,20%.

A projeção para o IPCA nos próximos 12 meses teve ligeiro ajuste para cima, de 5,48% para 5,50%.

Nesta semana, os analistas não alteraram suas projeções para a taxa básica de juros. A mediana para a Selic ao final deste ano ficou em 7,5%.

Atualmente, está em 8,50% e uma nova redução pode ser decidida na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que será realizada nos dias 11 e 12 de julho.

O mercado acredita que os juros voltam a subir em 2013, para 9%, expectativa que não se alterou na comparação com o boletim da semana passada.

Incentivo ao crescimento

Na semana passada, em mais uma tentativa de acelerar a economia, o governo lançou um programa de compras governamentais no valor de R$ 8,43 bilhões. As aquisições, que têm o intuito de estimular a indústria, abrangem máquinas, equipamentos, caminhões, ônibus, entre outros itens.

O governo também reduziu a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), de 6,0% para 5,5%, a fim de estimular os investimentos nas empresas. Na sexta-feira, prorrogou a desoneração de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os segmentos de eletrodomésticos da linha branca e de móveis.

No caso dos móveis, a medida valerá por mais três meses, mantendo o imposto em zero. Na linha branca, a prorrogação será de dois meses. A alíquota cobrada sobre fogões e tanquinhos permanece em zero, enquanto para máquinas de lavar e geladeiras continua em 5%.

 
Fonte: Valor Econômico

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