Com o rompimento da aliança com Lacerda, PT deve ter o apoio do PMDB, PDT e PCdoB

03 de Julho de 2012 às 09:34
por: Alessandra Mello e Berta Maakaroun

Tudo está em aberto na disputa em Belo Horizonte. PMDB e PDT, que já  haviam decidido lançar a candidatura do deputado federal Leonardo  Quintão (PMDB) tendo como vice o ex-deputado Mário Heringer (PDT) só vão  registrar a chapa na quinta-feira. As duas legendas estão em negociação  com o PT para uma possível aliança depois que o partido do  vice-prefeito Roberto Carvalho rompeu com o PSB e resolveu lançar  candidato próprio. Os petistas sonham em ter Quintão como candidato a  vice. PT e PMDB chegaram a articular chapa durante o período de  pré-campanha, mas foram atropelados pela decisão dos delegados petistas  que haviam aprovado o apoio a Lacerda no encontro municipal. Na reunião  da executiva estadual do PT nessa segunda-feira foi ventilada, nos bastidores, a  possibilidade de o candidato a vice ser o deputado estadual Sávio Souza  Cruz (PMDB).

 

O presidente do PMDB, deputado federal Antônio  Andrade, admitiu que as legendas estão conversando, mas não quis  adiantar a decisão do partido. Segundo ele, qualquer negociação terá de  envolver as duas legendas. “Temos também de aguardar a decisão do PT,  que não sabe ainda quem vai ser o candidato”, ressaltou. Por outro lado,  o senador Aécio Neves (PMDB) articula para fortalecer a candidatura de  Quintão, garantindo mais partidos para a chapa do deputado, com a  intenção de dificultar a campanha do candidato do PT. O PR, que na  convenção de sábado definiu apenas a chapa de candidatos a vereador, é  um dos que podem bandear para o lado do PMDB.

 

Mais reticente do  que Antônio Andrade, o presidente municipal do PMDB e candidato indicado  para concorrer à PBH, Leonardo Quintão disse ontem que o seu partido  conversará com os petistas, desde que seja ele o cabeça de chapa.  “Estamos abertos para receber apoios”, afirmou Quintão, considerando  “muito difícil” que a sua legenda abra mão de sua candidatura. Segundo  ele, o vice-presidente da República Michel Temer (PMDB) lhe telefonou  para conversar sobre a questão de Belo Horizonte e vai discutir o  assunto com a presidente Dilma Rousseff (PT). Parte do PT defende a  manutenção da candidatura de Quintão, para tentar levar a disputa para o  segundo turno, quando as duas legendas poderiam se unir.

Comunistas
A  chapa do PCdoB também está em aberto. O partido já tinha fechado apoio  ao PSB, mas a reviravolta no quadro pode mudar tudo. A presidente do  partido em Minas, deputada federal Jô Moraes, disse ontem ter esperança  de que o “bom senso” prevaleça e PT e PSB se alinhem novamente, mas  adverte que, se isso não acontecer, a posição do partido pode se  modificar. Nos bastidores, os comunistas já teriam acertado a aliança  com o PT e a entrega dos cargos, que ocupam na Prefeitura, assim como o  PT.

Jô Moraes não quis confirmar uma possível aliança com os  petistas, mas deu pistas de que esse pode ser o caminho do partido. “Só  posso dizer que nossa referência é o campo que dá sustentação ao governo  da presidente Dilma Rousseff”, disse a deputada, que convocou para  quinta-feira, prazo máximo para o registro das chapas na Justiça  Eleitoral, uma reunião para o partido bater o martelo sobre seu destino  nas eleições de outubro. O PCdoB ocupa a Secretaria de Esportes,  comandada por Zito Vieira.

 

Mudanças também no interior 

A  corrida eleitoral já começou nas maiores cidade mineiras do interior,  mas até quinta-feira – data final definida pela lei eleitoral para a  apresentação de registros de candidatura em todo o país – alguns  candidatos ainda podem tropeçar pelo caminho em direção às campanhas. Em  Uberaba, no Triângulo Mineiro, e em Ipatinga, no Vale do Aço, ainda  existem indefinições. E em Uberlândia, Contagem, Juiz de Fora, Betim,  Divinópolis e Governador Valadares é difícil apostar em um vencedor. Sem  contar Montes Claros, no Norte do estado, aonde o prefeito Luiz Tadeu  Leite (PMDB), desistiu de tentar a reeleição na última hora, alegando  motivos de saúde, depois de ter sido flagrado em escutas telefônicas com  suspeitos de fraudes em licitações para obras públicas investigadas  pela operação Máscara da Sanidade da Polícia Federal. 

 

Fonte: Estado de Minas

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