Vinte dias após o aumento, gasolina continua subindo

20 de Fevereiro de 2013
por: Ana Paula Pedrosa

Vinte dias depois do aumento oficial, o preço da gasolina continua subindo em Belo Horizonte.

De acordo com pesquisa do Mercado Mineiro, em 17 de janeiro, o valor médio do litro era de R$ 2,747. Pesquisa realizada entre os dias 15 e 18 de fevereiro mostrou alta de 4,59%, com valor médio de R$ 2,873. "O preço disparou", diz o diretor do Mercado Mineiro, Feliciano Abreu.

De acordo com o diretor do Minaspetro, sindicato que representa os postos, Carlos Guimarães, o postos apenas repassaram os aumentos de custos ao consumidor. "Não é que o posto aumentou muito o preço e está lucrando com isso. É um repasse", diz.

Ele explica que esses repasses foram feitos em duas etapas, porque houve dois fatores que impactaram no preço. O primeiro foi o reajuste nas refinarias, definido pela Petrobras no fim de janeiro e o segundo foi o reajuste no Preço Médio Ponderado Final (PMPF), que serve de base para o cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS).

O aumento do valor de referência foi publicado no dia 8 de fevereiro no "Dário Oficial da União" e passou a valer no último sábado.

Em Minas, o ICMS que era calculado sobre o preço-base de R$ 2,9104 em janeiro, passou a incidir sobre o preço de R$ 2,9746, alta de 2,2%. O PMPF vale para todo o Estado e é definido pela Secretaria da Fazenda e publicado pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). "O imposto é calculado sobre um preço presumido. Toda vez que alguém vende abaixo desse preço, o consumidor está pagando um imposto que não é devido", diz Guimarães.

Variação. O menor preço da gasolina encontrado pelo Mercado Mineiro foi R$2,687 e o maior, R$3,099. A variação é de 15,33%.

O etanol também ficou mais caro entre 17 de janeiro e 18 de fevereiro. "Parece que ele pegou uma carona no preço da gasolina", diz Feliciano Abreu. A alta foi de 1,86% no período pesquisado. O preço médio do litro passou de R$ 2,093 para R$ 2,132.

O menor preço encontrado foi de R$1,957 e o maior de R$2,399. A variação no preço do combustível é de 22,59% na cidade.

 
Desvantagem
Etanol só é competitivo em quatro Estados
 
São Paulo. Os preços do etanol nos postos de combustíveis seguem competitivos em relação à gasolina apenas nos Estados de São Paulo, Paraná, Goiás e Mato Grosso, de acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP referentes à semana encerrada em 16 de fevereiro. Nos demais 22 Estados brasileiros e no Distrito Federal, é mais vantajoso abastecer com gasolina.

Segundo o levantamento, o preço do etanol está em 67,31% do preço da gasolina em São Paulo. No Paraná, a relação é de 68,28%, em Mato Grosso, 65,51% e, em Goiás, 68,27%. É melhor usar etanol quando o preço é de no máximo 70% do valor da gasolina. O Piauí é onde a gasolina se mostra mais vantajosa (o preço do etanol é 85,54% do valor da gasolina).

Em Belo Horizonte, segundo o Mercado Mineiro, o etanol deveria custar R$ 2,011 para ser competitivo. O preço médio está em R$ 2,132. (com APP)
 
 
Reajuste
Governo não cogita nova alta, diz Lobão
 
Brasília. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que o governo federal não cogita um novo aumento da gasolina nos próximos meses. Ele esteve na Câmara na manhã de ontem para uma visita ao novo presidente, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), seu correligionário. O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, também peemedebista, estava presente.

Lobão foi sintético ao negar a possibilidade de um novo aumento do combustível para ajudar nas finanças da Petrobras. "Este é um assunto que nós não estamos cogitando", disse. Ele afirmou ainda que a presidente da estatal, Graça Foster, tem dado seguidas explicações sobre a situação econômica da empresa e não teria problema em comparecer ao Congresso, caso convidada.

Mineração. O ministro Edison Lobão afirmou ainda que o novo marco regulatório da mineração deverá ser concluído em março e enviado ao Congresso. Disse que este será o tema de principal interesse da pasta no Legislativo ao longo do ano e que o Executivo faz as últimas conversas com governadores de Estados que possuem grandes jazidas, para concluir as propostas.
Fonte: O TEMPO
 

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