Lacerda ainda acredita em aliança com PT

03 de Julho de 2012 às 09:34
por: Bertha Maakaroun

Depois de afirmar que não considera o rompimento com o PT definitivo e  que pretende trabalhar “até o último minuto” pela reedição da aliança, o  prefeito Marcio Lacerda anunciou nessa segunda-feira, na Prefeitura de Belo  Horizonte, que o seu candidato a vice será Josué Valadão, do PP.
Secretário  municipal de Governo nos últimos três anos e meio, Valadão se  desincompatibilizou dentro do prazo legal, conforme antecipou o Estado  de Minas, numa estratégia de Lacerda de ter uma opção na hipótese de vir  a ter problemas com o PT, que já ameaçava na ocasião a candidatura  própria.
Lacerda demonstrou também estar apoiando a decisão de  seu partido, de não se coligar na eleição proporcional ao PT. “O diálogo  continua aberto. Até o último momento, na quinta-feira, podemos ter  mudança e espero que isso ocorra, que o PT esteja conosco, com o vice  muito qualificado, que é o Miguel (Corrêa Júnior). Mas realmente, em  relação à proporcional, não vamos ficar”, disse o prefeito. Ele chegou  até mesmo a ameaçar que, caso haja uma intervenção do diretório nacional  da legenda em Belo Horizonte, renunciará à sua candidatura.

 

Marcio  Lacerda discorreu sobre a cronologia das conversações entre o PSB e o  PT, em torno da chapa proporcional para a Câmara Municipal, que  culminaram com o rompimento da aliança na convenção do partido  socialista ocorrida no sábado. Pouco antes do início da convenção do PT,  a direção municipal petista recebeu carta da direção municipal do PSB,  informando que havia decidido que a legenda não faria coligação  proporcional. “Em novembro do ano passado me reuni em BH com o  presidente nacional do PT, Rui Falcão. Logo depois houve entrevista à  imprensa e nós confirmamos a presença do PT com o vice em nossa chapa.  Acertamos que o vice teria um tempo de televisão em nossa programação  para pedir voto aos vereadores”, afirmou Lacerda, salientando ter sido  esse o acordo feito com Falcão.
Segundo o prefeito, a partir de  abril, aumentou a pressão em torno da chapa proporcional: os vereadores  do PSB bateram pé contra, e os do PT reivindicavam a coligação como  condição para a reedição da aliança. A chapa de candidatos a vereador do  PSB e os vereadores da legenda chegaram a anunciar em encontro do  partido a disposição da renúncia coletiva caso fosse formalizada a  coligação com o PT.
“Em função da pressão, concordamos de forma  condicionada, não foi um compromisso fechado, de negociar com o conjunto  dos partidos da base (a coligação proporcional). Caso não tivéssemos  feito essa concordância lá, teríamos tido o rompimento em abril, com a  definição da candidatura própria pelo PT”, afirmou Lacerda, considerando  ter optado por uma tentativa de diálogo para não prejudicar a  administração.
O PT, em encontro tático eleitoral que antecedeu a  convenção no sábado passado, havia derrotado por margem estreita a tese da  candidatura própria, apoiada pelo vice-prefeito Roberto Carvalho. O  argumento empregado considerou a indicação do vice na chapa e a aliança  proporcional.
Marcio Lacerda afirmou nessa segunda-feira que, diante do quadro  que se desenhava, houve uma tentativa de impedir a ruptura. “Se fosse  haver rompimento, seria na última data possível, que é agora, neste  momento. Com isso, preservamos três meses de união na PBH, de trabalho  muito bem coordenado entre os partidos”, disse. Lacerda ainda reiterou:  “Continuamos achando que romper essa aliança vitoriosa em Belo Horizonte  numa disputa de cadeiras para a Câmara Municipal não é atitude  correta”.
Indagado se exigirá do PT os cargos na Prefeitura de  Belo Horizonte, Lacerda disse: “Não estou preocupado com isso neste  momento. Cada problema a seu tempo. A cada dia a sua agonia”.


Todo-poderoso
Homem  forte da administração de Lacerda, Josué Valadão  (foto) foi  responsável pela condução da Secretaria de Governo, que tinha sob o seu  comando todas as outras pastas, empresas, fundações e autarquias  municipais. Trabalhou durante décadas nas empresas de Lacerda e deixou o  cargo de diretor de Sistemas da Construtel, onde respondia pela  expansão de linhas telefônicas implantadas pela companhia, na década de  1990, após a venda da empresa pelo prefeito. Valadão entrou na vida  pública, pouco tempo depois, pelas mãos do ex-chefe e, quando Lacerda  assumiu a prefeitura, assumiu o cargo.

 

Fonte: Estado de Minas

 

Avenida Amazonas, 491, sala 912, CEP: 30180-001, Belo Horizonte/MG - Telefone: (31) 3110-9224 | (31) 98334-8756