Tucano acusa PT de traição em BH

03 de Julho de 2012 às 09:36
por: Leonardo Augusto

O presidente estadual do PSDB em Minas Gerais, Marcus Pestana,  classificou de traição a quebra de rota do PT rumo ao lançamento de  candidatura própria, retirando o apoio à reeleição do prefeito Marcio  Lacerda (PSB). Conforme o tucano, o partido usufruiu do poder durante  três anos e meio e, às vésperas da disputa, virou as costas para o  prefeito. Lacerda venceu o pleito em 2008 com o apoio das três legendas.

 

Segundo  Pestana, o PSDB não pretende reivindicar a vice-prefeitura na chapa que  disputará a reeleição. Antes da mudança de posicionamento do PT, o  posto seria ocupado por um dos deputados federais petistas em Minas,  Miguel Corrêa Júnior. O rompimento do partido com Lacerda aconteceu  depois que o PSB se negou a coligar com o PT na disputa por cadeiras na  Câmara Municipal. “Mais do que nunca estamos unidos em torno da  reeleição do prefeito. Agora, revigorados”, disse Pestana.

 

O  discurso do PSDB foi afinado nessa segunda-feira em duas reuniões no apartamento do  senador Aécio Neves no Anchieta, Zona Sul de Belo Horizonte. Na  primeira, que ocorreu entre 12h e 13h, o parlamentar conversou com o  governador Antonio Anastasia e com o prefeito Lacerda. Na segunda, no  meio da tarde, estiveram na residência do senador Marcus Pestana, o  presidente municipal do PSDB, João Leite, e o secretário de Estado de  Governo e principal articulador político de Aécio, Danilo de Castro.  Nenhum dos dois encontros contou com a participação do presidente  estadual do PSB, Walfrido dos Mares Guia, nem do presidente municipal,  João Marcos Lobo.

 

O tom extraído dos encontros foi no sentido de  evitar qualquer temor em relação principalmente à possibilidade de  Lacerda enfrentar o ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à  Fome Patrus Ananias, ex-prefeito da capital, considerado como o único  capaz de unir o PT em Belo Horizonte. O partido nos últimos três anos se  dividiu entre os que defendiam candidatura própria e os que apoiavam a  reeleição de Lacerda. “Em 2010 Anastasia foi eleito com o triplo dos  votos de Hélio Costa, que tinha Patrus como vice e o apoio do  ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, lembrou Pestana.

A  possibilidade de o PMDB apoiar a candidatura do PT, inclusive com a  indicação do vice na chapa, também não incomodou os tucanos, ao menos a  julgar pelas declarações oficiais. “É até natural que isso aconteça, já  que os dois partidos estão juntos no apoio ao governo federal”,  argumenta o presidente municipal do PSDB de Belo Horizonte, João Leite.

Contas
A  briga entre PT e PSB por causa da disputa por vagas na Câmara Municipal  ocorreu porque, conforme cálculos dos correligionários de Lacerda, a  união com os agora ex-aliados reduziria o número de vereadores do  partido na Casa. Os números citados por parlamentares dão conta de que,  sozinho, o PSB veria a bancada aumentar de três para seis cadeiras. Já  com o PT, a legenda conseguiria eleger no máximo dois vereadores. Nas  coligações, partidos com candidatos mais bem votados levam vantagem em  relação a aliados com menos potencial para conquista de eleitores.

 

Fonte: Estado de Minas

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