Dilma quer puxar rédeas do dragão
No "conselhão": em seu discurso, governante tranquilizou o mercado |
Os empresários presentes na reunião não esconderam a preocupação com a inflação uma vez que o Banco Central deverá tentar contê-la com um novo aumento de juros. “Se houver um repique da inflação e o país tiver que usar os juros para contê-la com a política cambial atual estaremos dando um passo atrás. Isso tudo vai contra o desenvolvimento da indústria brasileira e da economia”, afirmou o presidente da Confederação da Indústria (CNI), Robson Andrade.
Enquanto o mercado espera a divulgação de um Produto Interno Bruto (PIB) de apenas 1% em 2012, na sexta-feira, a inflação (de 6,2% em 12 meses) dá sinais de que vai superar o teto da meta (de 6,5% ao ano), aumentando a preocupação do mercado. “Manteremos a inflação sob controle e achamos que isso não só garante a capacidade de previsão do governo e dos empresários como também os ganhos dos empresários e dos trabalhadores. Mantemos a política de câmbio flexível e uma política de robustez fiscal”, destacou a presidente. Nos dois primeiros anos do governo Dilma, a economia brasileira teve o pior desempenho desde a crise de 2009.
Ao avaliar o cenário internacional, a governante afirmou que, neste ano, as perspectivas econômicas estão melhores. Diante disso, reiterou o convite aos empresários para participarem do programa de concessão em infraestrutura, que prevê R$ 470 bilhões em investimentos, dos quais cerca de R$ 250 bilhões só em logística. Também garantiu que está comprometida a aumentar a competitividade do país e que as medidas adotadas pelo governo, como desonerações da folha, redução do custo de energia e o programa de concessões, foram em direção ao aumento da eficiência e à redução dos gargalos que travam o crescimento. Ela ressaltou ainda que, para o Brasil ser uma nação desenvolvida, um país de classe média, é preciso cumprir uma trajetória de investimentos. “Queremos que a taxa de investimento seja de 25% (do PIB)”, afirmou.
No fim do evento, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, reconheceu que atingir essa taxa não será fácil. “A gente quer isso, mas é gradual, leva tempo. Este ano, devemos fechar em 18%, mas tentaremos fechar em 25% até o fim do mandato”, disse. Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, essa será uma missão quase impossível, apesar de necessária, pois, há 20 anos o investimento varia entre 18% e 19%.
Fonte: Estado de Minas