Oi implanta nova tecnologia em BH
Com investimentos da ordem de R$ 60 milhões, a operadora de telecomunicações Oi já começou a implantar, em alguns bairros de Belo Horizonte, uma tecnologia de interligação de residências por meio de fibras óticas para o fornecimento de serviços de TV digital, rádio digital, acesso à internet e telefonia. Com o FTTH (Fiber To The Home, ou fibra até a casa), será possível oferecer internet banda larga à velocidade de 50 a 200 megas. Os aportes correspondem a cerca de 10% dos recursos a serem investidos em Minas ao longo deste ano.
Segundo o diretor de relações governamentais e institucionais da Oi em Minas Gerais, José Luiz Gattás Hallak, essa nova tecnologia já está em fase de testes, e a banda larga deve entrar em operação a partir de abril. Com o FTTH, será possível ao consumidor gravar programas em até quatro pontos diferentes dentro de casa, além de assistir a um programa veiculado em até sete dias antes, sem necessidade de gravação - mas desde que o serviço seja disponibilizado pela emissora. Além disso, ressalta, a velocidade pode chegar a 200 megas, o que atenderia aos usuários que baixam filmes ou arquivos mais pesados.
Nesse tipo de tecnologia, a fibra ótica é levada até as casas, conectadas a um ponto de presença da operadora, funcionando como alternativa aos cabos de cobre ou coaxiais. No segundo semestre, os clientes terão acesso ao serviço de TV por Protocolo de Internet (IPTV). O serviço começa a ser oferecido, primeiramente, a bairros como Belvedere, Sion e Lourdes, na região Centro-Sul da Capital, devendo ser estendido, nos próximos meses, para o Vale do Sereno e condomínios de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Atualmente, o FTTH também está em fase de testes no Rio de Janeiro (RJ).
Segundo a operadora, a Oi é uma das maiores recolhedoras de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no Estado - cerca de R$ 1,09 bilhão por ano. No ano passado, a operadora investiu cerca de R$ 620 milhões em Minas, superando em 15% o total de aportes de 2011. Quanto aos investimentos para 2013, Hallak disse que, sendo empresa de capital aberto, não é possível prestar esse tipo de informação. Mas a perspectiva é de que deve seguir o mesmo patamar dos aportes de 2012.
Hallak chama atenção para o volume de investimentos da Oi na melhoria e ampliação de seus serviços em Minas Gerais, que corresponde a 10% dos aportes previstos pelo governo de Estado, para o ano, da ordem de R$ 6 bilhões. Segundo ele, Minas responde por cerca de 15% a 16% do volume de produtos comercializados pela empresa no Brasil (entre banda larga, telefonia fixa, celular e demais itens), da ordem de 75 milhões. Este ano, o número de lojas próprias no Estado passará de 11 para 18.
Atualmente, a área de cobertura da Oi no Estado abrange 796 municípios. São 2.364 sites de telefonia móvel, sendo 831 de tecnologia 3G e 1.533 da 2G. No segmento banda larga, são mais de 880 mil portas Oi Velox, que é oferecido nas velocidades de 10 Mb, 15Mb e 20Mb. Na telefonia fixa em Minas, a Oi conta com 2,6 milhões de terminais em serviço, sendo 596 mil em Belo Horizonte. Destes, 10,6 mil são de uso público. Quanto aos investimentos na rede 4G, Hallak disse que há grandes projetos, mas alegou impedimento na prestação da informação.
ALISSON J. SILVA |
Neste ano, o número de lojas próprias da Oi no Estado passará de 11 para 18 |
Gargalos - Apesar da cobertura e dos aportes, empresas do grupo Oi têm recebido multas da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em virtude do descumprimento de metas de qualidade na prestação dos serviços da companhia. Somadas, desde 15 de fevereiro, chegaram a R$ 75 milhões.
Segundo Hallak, entre os grandes gargalos enfrentados pelas operadoras do país na ampliação dos serviços, destacam-se as legislações ambientais dos municípios. Em alguns casos, explicou, a operadora tem que aguardar a elaboração da lei para a instalação de antenas. "Na Itália, que é 15 vezes menor que o Brasil, são 58 mil repetidoras. Aqui, são apenas 50 mil", esclarece.
O agravante, explicou, é a velocidade da tecnologia. Agora, mais do que a difusão de voz, é preciso transmitir dados, o que exige maior número de antenas. Para se ter uma ideia do crescimento desse segmento, dos 150 milhões de aparelhos no país, 45 milhões já são smartphones. Um crescimento vertiginoso verificado nos últimos dois, três anos.
Fonte: Diário do Comércio