"Minha Casa" pode incluir móveis
O governo federal estuda a possibilidade de incluir no programa de habitação "Minha casa, minha vida" o financiamento de móveis e eletrodomésticos juntamente ao do imóvel. A ideia foi apresentada por representantes do polo moveleiro de Ubá, na Zona da Mata mineira, e, conforme o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, agradou à presidente Dilma Rousseff. O projeto está sendo encaminhado à Caixa Econômica Federal (CEF), que vai estudar a proposta.
"Caso seja aprovada e há chances disso ocorrer, servirá como uma alavanca importante para o crescimento não só da indústria de móveis, mas também de toda linha branca brasileira", disse o ministro em Juiz de Fora, em um evento recente, realizado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
Segundo Pimentel, em conversa com a presidente ele descobriu que a ideia já tinha surgido em um outro momento e que não foi adotada em função de burocracias junto à Caixa para incluir mais custos no subsídio. "A ideia é muito boa, mas merece um estudo mais detalhado", justificou.
A proposta prevê que o programa, que financia a habitação de baixa renda no país, compreenda também os equipamentos da casa. No caso, ocorreria com os imóveis de baixa renda, o mesmo que muitas construtoras fazem com os apartamentos de alto luxo, que já são vendidos com cozinha montada e box nos banheiros.
"Os móveis básicos de uma casa simples não são tão caros. Por isso, seria fácil embuti-los no financiamento de longo prazo, de forma que o pagamento não pesasse tanto nas prestações. Seria uma forma de dar uma casa pronta para o cidadã e, ao mesmo tempo, impulsionar a indústria brasileira", explicou o ministro.
O setor - O presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Mobiliário de Ubá (Intersind), Michel Henrique Pires, por sua vez, informou que a proposta já vinha sendo elaborada há algum tempo e que inicialmente, foi projetada junto a empresas de construção civil. De acordo com ele, a ideia era que quando as construtoras lançassem algum empreendimento, os imóveis já viessem mobiliados, da mesma maneira como já ocorre em outros países.
"Quando surgiu o "Minha casa, minha vida", nós tivemos a ideia. Com o objetivo de fortalecer o projeto e apresentá-lo como um piloto, pensamos em mobiliar 50 unidades por nossa conta em uma parceria com a prefeitura de Ubá. Assim fizemos e levamos o material resultante para o governo. Eles viram, acharam interessante, mas como o Pimentel disse, devido à burocracia por parte da Caixa em financiar esses móveis, ela (Dilma Rousseff) abortou por enquanto e disse para deixar o programa andar e inserir ao longo do tempo", afirmou.
Os apartamentos propostos pelo Intersind contêm armários de cozinha e mesa, conjunto de sofá, estante, cama de casal e guarda-roupas.
IPI - Sobre o aumento gradual do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para produtos da linha branca, móveis, laminados, painéis de madeira, luminárias e papel de parede anunciado pelo governo no fim de 2012, Pires disse que os impactos já foram sentidos pelo setor em fevereiro.
Fonte: Diário do Comércio