Reajustes tiveram o melhor resultado em cinco anos

21 de Marco de 2013
por: Aparecida Lira

Nas negociações de reajustes salariais no Brasil, em 2012, os trabalhadores obtiveram os melhores resultados dos últimos cinco anos. De 704 categorias profissionais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese), 95% tiveram ganhos reais, ou seja, conquistaram reajustes acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). O aumento médio ficou 1,96% acima da inflação, sendo que 4% das negociações redundaram em reajustes iguais ao INPC e 1% ficou abaixo do índice.

Na comparação com os reajustes obtidos pelas mesmas 704 categorias em 2008, observa-se um crescimento da ordem de 16 pontos percentuais (p.p.) na ocorrência de reajustes acima da variação do INPC-IBGE em relação a 2012. Vale ressaltar ainda que, em 2011, 87% das negociações foram concluídas com aumentos reais de salários. No ano passado, a maior parte (62,6%) dos trabalhadores teve reajustes entre 1% a 3% acima da inflação do período.

Entre os setores econômicos pesquisados, a indústria, apesar de ter apresentado resultado negativo em 2012, com queda de 0,8%, segundo o IBGE, apresentou a maior incidência de aumentos reais no ano passado: 97,5% das negociações foram fechadas com aumentos acima da inflação. Este também foi o único setor em que nenhum trabalhador teve reajuste abaixo do INPC. No comércio, aproximadamente 96% das unidades de negociação analisadas pelo Dieese tiveram reajustes acima do INPC, enquanto 1% apenas a repôs e 3% teve perda, ou seja, o aumento de salário não suficiente sequer para compensar o que foi perdido com a inflação. Mas do ponto de vista dos empregados, o pior resultado veio exatamente do setor que mais puxou o PIB de 2012 para cima, os serviços, que cresceram 1,7% no ano passado. Neste segmento, 90% das categorias analisadas conquistaram aumentos reais, 8% reajustes em valores iguais à inflação e quase 3%, abaixo.

Nos três setores, a maior parte dos reajustes de 2012 se concentrou nas faixas de aumento real de até 3%, com certas particularidades: na indústria e no comércio a maior incidência se deu entre os ganhos de 1,01% a 3%, e nos serviços, entre 0,01% e 2%. Por outro lado, ganhos reais acima de 3% foram observados em 14% das negociações dos serviços (mais da metade com ganhos reais superiores a 5%), 12% da Indústria e 7% do Comércio.

Em 2012, o valor médio dos aumentos reais observados na Indústria foi de 2,04% - o maior dos últimos cinco anos. No recorte por atividade econômica, o destaque foram os reajustes em construção e mobiliário, que ficaram, em média, 3,17% acima do INPC-IBGE. Em seguida vieram os segmentos de metalúrgica, mecânica e material elétrico, com ganho real de 2,19%, alimentação (1,83%), vestuário (1,77%) e química e farmacêutica (1,74%).

No comércio, 77,7% dos tralhadores tiveram ganho real entre 1,01% a 3%. E apesar da redução da ocorrência de reajustes acima de 3% da inflação em relação a 2009 e 2010, o valor médio dos aumentos reais de 2012 foi o maior registrado no período. O resultado das negociações foi melhor no segmento do comércio de minérios e derivados do petróleo, onde o ganho real médio em 2012 foi de 2,27% . Já no segmento de comércio varejista e atacadista os aumentos ficaram 1,97% acima da inflação.

Mesmo com reajustes médios menores do que na indústria e no comércio no ano passado, o setor de serviços, no período de 2008 a 2012, foi o que teve o maior crescimento percentual de aumentos reais. Em relação a 2008, o ano de 2012 apresenta um crescimento de aproximadamente 28 p.p. no conjunto de reajustes acima da inflação. No ano passado, o segmento que conquistou maior ganho real foi o de turismo e hospitalidade (3,18%), seguido pelo de segurança e vigilância (2,31%) e transportes (1,96%).

 

Fonte: Diário do Comércio

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