Outono inaugura temporada de vacina contra o vírus da gripe

25 de Marco de 2013
por: Jane E. Brody
Nova York, EUA. Com a chegada do outono, chega também a época de vacinação contra a gripe. A vacina é fundamental não só para proteger as pessoas mais propensas a pegarem a doença como também para evitar uma epidemia de gripe nos meses mais frios.

Apesar de a maioria das vítimas da gripe se recuperar em alguns dias, alguns acabam desenvolvendo complicações sérias: pneumonia, bronquite, sinusite ou infecções de ouvido. Mesmo depois da recuperação, a gripe pode causar uma fadiga pós-viral duradoura e fraqueza.

Leva cerca de duas semanas para a vacina ser totalmente protetora, e a melhor época para tomá-la é no mês de abril e no início de maio, antes de a temporada de gripe começar no Brasil. Mas, mesmo depois de a gripe já estar espalhada, a vacina ainda pode proteger quem a toma.

A vacina tradicional contra a gripe é uma injeção dada no músculo, normalmente no braço. Ela é composta de partes mortas de vírus que estimulam uma resposta imunológica no corpo. Os efeitos colaterais típicos são um leve inchaço no braço injetado e, em algumas pessoas, sintomas que lembram o de um resfriado simples: nariz escorrendo, dor de cabeça, garganta inflamada, tosse ou coceira na garganta.

O valor potencial da vacina contra a gripe para mulheres grávidas ou que estão planejando ter um filho foi enfatizado em um relatório recente da Noruega, onde os pesquisadores descobriram um risco quase dobrado de morte fetal entre as mulheres que pegaram gripe durante a gravidez.

Restrições. No entanto, algumas pessoas não devem receber a vacina: quem tem alergia severa a ovo ou quem já demonstrou uma reação à vacina, pessoas com histórico de síndrome de Guillain-Barre ocorrida após a inoculação da vacina, e bebês com menos de seis meses de idade. Além disso, se a pessoa está doente e com febre, ela deverá aguardar até sua total recuperação antes de se vacinar.

Traduzido por Raquel Sodré
Eficácia
Grupo de vacinados protege toda a população
Nova York. Mesmo se todas as pessoas em grupos de risco - grávidas, bebês, idosos, doentes graves e quem tem o sistema imunológico suprimido, como os portadores de HIV - forem vacinadas, a vacina não funciona para todos. Muitos ainda podem contrair a gripe, desenvolver uma pneumonia ou alguma condição crônica e até morrer. Porém, quanto mais pessoas são imunizadas, menos ficam doentes, e as chances de os demais permanecerem saudáveis aumentam - um fenômeno chamado "imunidade de rebanho".

Se, por um lado, a vacina contra a gripe não é tão eficaz quanto outras, ela também não é ineficaz. Todos os anos, especialistas decidem quais variantes do vírus da gripe irão colocar na vacina para poder atender melhor à população. O professor e especialista em doenças infecto-contagiosas da Universidade Escola de Medicina Vanderbilt Thomas R. Talbot defende a vacinação afirmando que "ainda que os idosos que são imunizados possam ficar doentes, eles também podem não ficar. Eles ainda podem ir ao médico, mas não terão que ir ao hospital".

Apesar de algumas pessoas que contraem a gripe não desenvolverem os sintomas clássicos, eles ainda podem transmitir o vírus para outros em casa, na escola ou no trabalho. E, mesmo que a pessoa já tenha pegado gripe antes de se vacinar, a imunização ainda é recomendável, já que ela pode contrair outra variante do vírus da gripe. Como a imunização contra a gripe tende a ter uma curta duração, já ter tido a doença ou já ter se vacinado em outros anos não é uma proteção suficientemente forte. (JEB/NYT)
Fonte: The New York Times

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