Empreendedores já são 27%

Um em cada quatro brasileiros adultos tem um negócio próprio ou está criando um. São quase 27 milhões de pessoas, ou 27% da população adulta com idade entre 18 e 64 anos. Os dados fazem parte da 12ª edição da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (Gem), feita pelo Sebrae em parceria com o Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP).

Em números absolutos, o país está em terceiro lugar, atrás apenas da China e dos Estados Unidos, num ranking formado por 54 países. Na comparação de 2011 com 2010, houve um crescimento de 28,5%.

O gerente de educação e empreendedorismo do Sebrae-MG, Ricardo Pereira, observa que, no ano passado, para cada empresa aberta por necessidade, como por exemplo perda de emprego, outras 2,24 foram abertas porque o investidor percebeu que havia uma oportunidade de negócio. Há dez anos, para cada negócio aberto por necessidade, 0,77 era aberto por oportunidade.

Alexandre Santos Dumont Mendes faz parte do grupo de brasileiros que vai abrir um negócio neste ano. "É um sonho que está sendo realizado. Foi um negócio muito bem estudado", observa o empresário, que vai abrir um bar no bairro Santo Antônio, região Centro-Sul de Belo Horizonte, em parceria com dois sócios, um amigo de infância e outro da época da faculdade. A previsão de inauguração é para o fim deste mês.

O bar Adriano, Imperador da Cerveja, é o primeiro empreendimento de Alexandre Mendes, mas não da família. "Minha mãe teve uma loja e eu a ajudei", diz. Ele conta que procurou se profissionalizar através de cursos e workshops no Sebrae. "Outra forma importante de buscar informações é escutar as pessoas, descobrir as suas necessidades, o que o consumidor quer", observa.

A analista de sistema Gilka Fonseca pretende registrar sua empresa a Bemfeitim, que trabalha com convites e lembranças para festas, ainda neste ano. "Já providenciei os papéis, toda a documentação. Formalizar uma empresa é importante, pois dá mais credibilidade no mercado", diz.

Ela conta que começou a fazer convites e lembranças para festas como hobby há dois anos e meio, só que os amigos foram gostando, divulgando e a demanda ficou grande. "O meu diferencial é que eu trabalho com brilho, que não é comum aqui em Minas", diz. Gilka ressalta que, além de gostar da área e ter aptidão, outra vantagem de ter seu próprio negócio é poder organizar melhor o tempo. "Posso ficar mais perto do meu filho", diz. Ela frisa que, assim que obtiver o registro, vai contratar ajuda.

Considerando a proporção de empreendedores em relação à população adulta entre os 54 países pesquisados no mundo, o Brasil ocupa o oitavo lugar, de acordo com o levantamento da Global Entrepreneurship Monitor (Gem), divulgado nesta semana. Na mesma comparação, a Tailândia e China lideram o ranking. Os Estados Unidos ocupam a 16ª posição.

A pesquisa mostrou que a faixa etária que teve a maior concentração de empreendedores iniciais no ano passado foi a que vai dos 25 aos 34 anos. Dentre os empreendedores estabelecidos, a faixa etária com maior concentração é a de 45 a 54 anos.

Gênero. O levantamento revelou que quase metade dos empreendimentos em estágio inicial (49%), de três meses até três anos e meio em atividade, pertencem a mulheres, mantendo o equilíbrio entre gêneros no empreendedorismo do país. A proporção de empreendedoras brasileiras (49%) é maior do que a média mundial (37%).

A renda mensal obtida por metade dos empreendedores chega a, no máximo, três salários, e um terço fatura entre três e seis. (JG)

Fonte: O TEMPO