Instituto aponta que sacolas biodegradáveis vendidas em BH são falsas

10 de Abril de 2013
por: Paulo Nascimentoi

"A sacola biodegradável distribuída pelo comércio varejista de Belo Horizonte é falsificada". Sob esta ótica, o diretor do Instituto Nacional do Plástico (INP), Paulo Dacolina, põe em xeque a originalidade da composição química da sacola comercializada pelos supermercados da capital. Ele ainda afirma que não existe em Minas Gerais, nem no Brasil, matéria-prima suficiente para atender à produção, nem usinas de compostagem capazes de processar as sacolas usadas.

Os fabricantes, por sua vez, não tiveram queda no faturamento desde a implementação da lei, em 2011. "Lamentavelmente, quem produz e comercializa essa sacola fraudada faz parte do nosso setor, e não estão tendo prejuízos porque continuam vendendo seus produtos. Acho isso lamentável", afirma.

Pesquisa do Instituto Vox Populi, encomendada pelo INP, afirma que 64% dos belo-horizontinos querem a sacola de volta, e que 83% dos consumidores são contra a cobrança da sacola nos supermercados da capital.

O promotor de Justiça de Defesa do Consumidor, Amauri Artmos da Matta, já havia sinalizado a possibilidade de realizar testes com as sacolas comercializadas na capital, a fim de avaliar sua originalidade. A própria Associação Mineira de Supermercados (Amis) também já havia proposto os testes. No entanto, não há registro de nenhum estudo científico que comprove, de fato, a originalidade da composição química da sacola biodegradável vendida aos consumidores de Belo Horizonte.

Favorável à suspensão da distribuição de sacolas plásticas no varejo, a superintendente executiva da Associação Mineira de Defesa do Ambiente (Amda), Maria Dalce Ricas, relata que a discussão sobre a composição da sacola é irrelevante. "Já houve uma mudança no comportamento da sociedade, que está contribuindo de forma consciente para o meio ambiente", afirma Dalce.

No mercado. Dados da Amis mostram que, em 2011, 450 mil sacolinhas eram utilizadas por dia em Belo Horizonte. Atualmente, são vendidas cerca de 45 mil, uma redução de 90%. O presidente da entidade, José Nogueira Soares Nunes, descarta qualquer possibilidade da distribuição gratuita das sacolas pelos supermercados retornar.

"A sacola nunca foi distribuída gratuitamente, sempre isso foi repassado, de alguma forma, ao consumidor", completa.

Fonte: O TEMPO

 

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