Inflação impacta nas vendas do varejo e consumo cai no país
As três maiores contribuições para a redução de 0,2% nas vendas do varejo em fevereiro ante fevereiro de 2012 e de 0,4% entre fevereiro e janeiro deste ano foram da atividade de supermercados, móveis e eletrodomésticos e combustíveis. "A demanda está diminuindo porque o preço está subindo", disse a técnica do IBGE. "É o efeito da inflação se sobrepondo sobre o efeito renda", acrescentou. Nos supermercados, a queda das vendas foram maiores: 1% em fevereiro.
Aleciana ressaltou que os preços da alimentação no domicílio acumularam uma alta de 13,9% nos 12 meses terminados em fevereiro, de acordo com o IPCA. Aleciana lembra que houve efeito de uma base de comparação elevada, já que o reajuste maior no salário mínimo no mesmo período do ano passado tinha elevado as vendas em 13,3%.
O cenário atual para o varejo não é tão bom quanto o do ano passado. A inflação alta e uma menor renda real do trabalhador apontam para uma desaceleração no resultado do comércio neste ano, disse a economista da Tendências Consultoria Integrada, Mariana Oliveira. O governo lançou mão de receita com desoneração da cesta básica, prorrogação do IPI reduzido para veículos e corte das tarifas de energia, mas isso não impediu alta de 6,59% do IPCA no índice acumulado em 12 meses, maior taxa desde novembro de 2011. Em março, o índice desacelerou para 0,47%. Em fevereiro, a inflação tinha sido de 0,60%.
O resultado fraco do comércio de fevereiro mostra que o ambiente econômico em geral piorou bastante no começo desse ano. "Tivemos renda real caindo em janeiro e fevereiro e alta de preços generalizada no IPCA, particularmente em itens de alimentação já relacionados às vendas de não duráveis", afirmou Mariana Oliveira da Tendências. "Tudo isso culmina em queda nas taxas de confiança do consumidor e queda nas vendas", completou. A projeção da consultoria para o varejo é de alta de 5,2% neste ano, contra um aumento de 8,4% apurado em 2012.
Os fundos Long and Short são considerados uma aplicação arrojada. Os gestores costumam posicionar o fundo para ficar comprado nos ativos que acreditam que vão subir de preço e vendido nos ativos com aposta em queda nos preços. Diante do cenário de investimento incomum, o brasileiro vai ter de arriscar mais e alongar o prazo das aplicações se quiser um ganho maior. As opções recomendadas pelos analistas vão desde os papéis do Tesouro Direto até a aposta em imóveis para se defender da alta dos preços.
BRASÍLIA. A ministra de Relações Institucionais Ideli Salvatti afirmou ontem que o governo está preocupado com a alta da inflação e que deverá tomar medidas necessárias. A inflação acumulada pelo IPCA em 12 meses encerrados em março chegou a 6,59%, estourando o teto da meta oficial do governo, de 6,5%, segundo dados do IBGE. "O governo obviamente tem toda a preocupação, acompanha e tomará todas as medidas necessárias para que a inflação se mantenha dentro da meta estabelecida. Portanto, as medidas estão sendo tomadas pelo Ministério da Fazenda", disse.
A ministra, no entanto, não deu nenhuma informação de quais seriam as medidas. O Planalto já trabalha com a possibilidade de o Banco Central elevar os juros na próxima semana.
Mesmo com o rompimento do teto da meta, assessores presidenciais ponderam que o BC poderia esperar mais para decidir se sobe o juro diante de sinais de que a inflação terá queda. Alguns motivos, porém, indicam que a alta da Selic pode acontecer já na reunião do Copom da semana que vem. O BC precisa reforçar a credibilidade de seu discurso, que passou a sinalizar preocupação com a inflação. A autoridade também tem que mostrar que não é mais possível conviver com uma inflação rondando o teto da meta, de 6,5%.
Fonte: O TEMPO