Belo-horizontino perde sete dias por ano esperando ônibus
18 de Abril de 2013
por: Joana Suarez
O que você faria se tivesse sete dias a mais por ano? Esse é o tempo que os usuários de transporte público perdem esperando por um ônibus em Belo Horizonte. O cálculo foi feito considerando que 75% dos passageiros aguardam, em média, 15 minutos e pegam, pelo menos, dois coletivos por dia, chegando a 30 minutos de espera, de acordo com a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans). Para especialistas, o trânsito ruim e a má qualidade do transporte público da cidade geram o desperdício.
O tempo de espera pode ser ainda maior, já que, segundo a Associação de Usuários de Transporte Coletivo (AUTC), em muitos casos, a demora chega a 40 minutos. Um levantamento feito pela reportagem de O TEMPO, em setembro de 2011, também apontou uma média maior que a da BHTrans, de 29 minutos, entre as 270 pessoas pesquisadas nas nove regionais da cidade.
É o que acontece com a auxiliar jurídica Dayane Rufino, 21, que pega seis ônibus diariamente e calcula que gasta ao menos 60 minutos nos pontos. No caso dela, são 11 dias desperdiçados por ano. "Passo muito tempo da minha vida esperando ou andando de ônibus. É um absurdo, poderia estar fazendo coisas bem mais interessantes", disse. Dayane reclama que o número de ônibus é pequeno para a demanda. Como ela mora no Barreiro e trabalha no Barro Preto, na região Centro-Sul, ela ainda leva cerca de duas horas dentro do ônibus em cada viagem. "Para chegar às 8h no trabalho, saio de casa às 5h30".
Precariedade. O trânsito ruim da cidade é, para o engenheiro civil José Aparecido Ribeiro, especialista em transporte, o maior problema, causado também pela falta de um transporte coletivo de massa eficiente. "O ônibus anda a 6 km/h no centro da cidade. Não adianta colocar mais ônibus. Belo Horizonte precisa de um transporte eficiente, como o monotrilho e o metrô".
A assessoria de imprensa do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) destacou que o grande número de obras pela cidade aumentou a espera, já que as empresas estariam com dificuldade para cumprir horários por causa da falta de fluidez no trânsito.
A BHTrans informou que considera razoável a espera diária de 15 minutos. A assistente administrativa Cláudia de Carvalho, 24, pensa diferente. "Espero cerca de 40 minutos todos os dias. Isso sem contar o tempo que ficamos dentro do ônibus. É assustadora a falta de respeito com quem precisa utilizar o transporte público".
O tempo de espera pode ser ainda maior, já que, segundo a Associação de Usuários de Transporte Coletivo (AUTC), em muitos casos, a demora chega a 40 minutos. Um levantamento feito pela reportagem de O TEMPO, em setembro de 2011, também apontou uma média maior que a da BHTrans, de 29 minutos, entre as 270 pessoas pesquisadas nas nove regionais da cidade.
É o que acontece com a auxiliar jurídica Dayane Rufino, 21, que pega seis ônibus diariamente e calcula que gasta ao menos 60 minutos nos pontos. No caso dela, são 11 dias desperdiçados por ano. "Passo muito tempo da minha vida esperando ou andando de ônibus. É um absurdo, poderia estar fazendo coisas bem mais interessantes", disse. Dayane reclama que o número de ônibus é pequeno para a demanda. Como ela mora no Barreiro e trabalha no Barro Preto, na região Centro-Sul, ela ainda leva cerca de duas horas dentro do ônibus em cada viagem. "Para chegar às 8h no trabalho, saio de casa às 5h30".
Precariedade. O trânsito ruim da cidade é, para o engenheiro civil José Aparecido Ribeiro, especialista em transporte, o maior problema, causado também pela falta de um transporte coletivo de massa eficiente. "O ônibus anda a 6 km/h no centro da cidade. Não adianta colocar mais ônibus. Belo Horizonte precisa de um transporte eficiente, como o monotrilho e o metrô".
A assessoria de imprensa do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) destacou que o grande número de obras pela cidade aumentou a espera, já que as empresas estariam com dificuldade para cumprir horários por causa da falta de fluidez no trânsito.
A BHTrans informou que considera razoável a espera diária de 15 minutos. A assistente administrativa Cláudia de Carvalho, 24, pensa diferente. "Espero cerca de 40 minutos todos os dias. Isso sem contar o tempo que ficamos dentro do ônibus. É assustadora a falta de respeito com quem precisa utilizar o transporte público".
Saiba mais
Pesquisa. Levantamento feito por O TEMPO em 2011 apontou que pelo menos 63% dos passageiros desaprovam o transporte coletivo da capital, sendo que 39,6% reclamam do tempo de espera e 37,3% da superlotação.
Insatisfeitos. Segundo a Pesquisa de Mobilidade Urbana, de janeiro de 2012, 41% da população brasileira acha o serviço de transporte público ruim no país.
Carro. Um estudo do Observatório das Metrópoles, de outubro do ano passado, mostrou que a população está trocando o ônibus pelo carro. A frota de automóveis da capital e da região metropolitana cresceu 108,5% nos últimos dez anos.
Pesquisa. A BHTrans informou que não divulga pesquisas de satisfação.
Insatisfeitos. Segundo a Pesquisa de Mobilidade Urbana, de janeiro de 2012, 41% da população brasileira acha o serviço de transporte público ruim no país.
Carro. Um estudo do Observatório das Metrópoles, de outubro do ano passado, mostrou que a população está trocando o ônibus pelo carro. A frota de automóveis da capital e da região metropolitana cresceu 108,5% nos últimos dez anos.
Pesquisa. A BHTrans informou que não divulga pesquisas de satisfação.
Redução
Opções diminuem no fim de semana
Nos fins de semana, cerca de 40% das linhas de ônibus que circulam na capital são retiradas das ruas. As opções que restam têm a circulação reduzida pela metade. Segundo usuários, o tempo de trajeto sobe quase uma hora.
Para a presidente da Associação de Moradores do bairro Piratininga, em Venda Nova, Gislene dos Reis, a região é uma das que oferece menos opções de transporte no fim de semana. Além disso, os atrasos seriam superiores a uma hora. "Os ônibus ficam lotados. Ontem, peguei um com umas cem pessoas".
O diretor da Associação de Usuários de Transporte Coletivo da capital e região metropolitana, Alcenir Furtado, disse que as principais reclamações são superlotação, tempo de espera e preço da passagem. "Precisamos de metrô, que é mais barato e mais rápido". (JS)
Para a presidente da Associação de Moradores do bairro Piratininga, em Venda Nova, Gislene dos Reis, a região é uma das que oferece menos opções de transporte no fim de semana. Além disso, os atrasos seriam superiores a uma hora. "Os ônibus ficam lotados. Ontem, peguei um com umas cem pessoas".
O diretor da Associação de Usuários de Transporte Coletivo da capital e região metropolitana, Alcenir Furtado, disse que as principais reclamações são superlotação, tempo de espera e preço da passagem. "Precisamos de metrô, que é mais barato e mais rápido". (JS)
Fonte: O TEMPO