Patrus disputa PBH com R$ 20 mi

06 de Julho de 2012 às 09:39
por: Isabella Lacerda
 
FOTO: FOTOS: JOÃO GODINHO
Festa. Patrus registrou sua candidatura ao lado do vice, Aloísio Vasconcelos (PMDB), em meio a gritos de comemoração da militância

O cenário da disputa eleitoral em Belo Horizonte está definido. Ontem, 20 minutos antes de terminar o prazo oficial determinado pela Justiça Eleitoral, o ex-prefeito e ex-ministro Patrus Ananias registrou sua candidatura à prefeitura da capital juntamente com o seu vice, Aloísio Vasconcelos (PMDB). A chapa Frente Popular BH deverá gastar R$ 20 milhões na campanha, e estima ganhar cerca de dez minutos de propaganda na TV.

Além do PT, a coligação entregue ao Tribunal Regional Eleitoral é formada por outras cinco legendas: PMDB - que anteontem anunciou a desistência de lançar um candidato na capital - PCdoB, PDT, PRB e PSD. As últimas quatro siglas também aparecem na inscrição do principal adversário de Patrus, o prefeito e candidato à reeleição Marcio Lacerda (PSB).

Ao chegar para inscrever sua candidatura, Patrus ressaltou os principais pontos de que deseja tratar na campanha. "Farei minha campanha voltada para as questões sociais, questões as quais sempre me dediquei. Minha administração será em parceria com o governo federal", declarou.

A afirmação foi um recado para Lacerda que, diferentemente do que aconteceu em 2008, não terá o apoio da Presidência da República devido ao racha entre os dois partidos. Outro recado foi em relação a experiência de Patrus na capital. "Moro aqui há 40 anos. Fui um bom prefeito. Já temos até um mote: foi um governo muito bom, e que será muito melhor".

Nacionalização. O registro de candidatura de Patrus, ontem, foi mais um sinal de que a campanha está nacionalizada. Em ato de apoio ao petista, que reuniu mais de 400 militantes, importantes lideranças da legenda, como o presidente nacional do PT, Rui Falcão, e o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, estiverem lado a lado do petista.

O ex-ministro também está em contato direto com o ex-presidente Lula e com a presidente Dilma Rousseff, que já teria dito que "a eleição em Belo Horizonte será uma guerra".

Ao discursar, Patrus fez críticas ao senador Aécio Neves (PSDB), que afirmou que "o PT nacionalizou a disputa". O ex-ministro fez a mesma acusação. "Nossos adversários estão dizendo que o pleito é uma prévia de 2014. Estamos unidos disputando uma eleição que é municipal, mas que passa pela alianças nacionais", declarou Patrus.

 

 

 

Cargos
Pimentel comunica exonerações

O racha entre PT e PSB na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte terá efeito direto na administração municipal. Todos os petistas que ocupam as pastas de primeiro escalão serão exonerados.

Em carta enviada pelo ex-prefeito e atual ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel (PT), ao prefeito Marcio Lacerda (PSB), Pimentel diz que "as opções políticas explicitadas nos últimos dias não deixam alternativa a não ser a de entregar os cargos neste momento, em caráter irrevogável".

Ao todo, são 13 cargos entre secretarias, autarquias e fundações. Tarcísio Caixeta também deverá deixar a liderança de governo na Câmara. O petista afirmou que terá uma reunião com Lacerda nos próximos dias. (Gustavo Prado)

Crítica
Rui Falcão diz que prefeito de Belo Horizonte "não tem palavra"

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou, ontem, durante o ato de apoio à candidatura do ex-ministro Patrus Ananias, que o prefeito Marcio Lacerda (PSB) "não tem palavra". "Eu havia conversado e acertado a aliança com ele. Ele colocou esse compromisso no papel e, no sábado, teve a coragem de me enviar um torpedo afirmando que os dois partidos não se entenderam. Não tem palavra".

Falcão destacou, ainda, que as eleições em Belo Horizonte nacionalizaram as negociações partidárias. "BH mudou os rumos nacionais, mexeu no cenário da disputa nacional. Se tornou um fato nacional", admitiu.

Para o presidente estadual do PMDB, Antônio Andrade, a eleição, com a participação de lideranças nacionais dos partidos foi "culpa de Aécio (Neves), que obrigou isso". "Ele fez com que os outros candidatos na cidade retirassem suas candidaturas", criticou.

Já o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, evitou fazer críticas a Lacerda e a Aécio, mas afirmou que "a campanha de Patrus vai mostrar quem de fato governou a cidade nos últimos 20 anos". "O PT fará uma campanha sem ódio nem rancor de ninguém. Sinto que começamos a campanha de forma vitoriosa", destacou, em ato de apoio a Patrus . (IL)

PSD fica entre os dois polos

O racha no PSD vai adiar a definição de em qual lado a sigla estará nas eleições municipais de Belo Horizonte.

De um lado, o presidente estadual, Paulo Safady Simão, e Gilberto Kassab garantem apoio a Patrus Ananias (PT). De outro, o deputado estadual Gustavo Valadares e o ex-deputado Alexandre Silveira afirmam que a legenda estará na coligação de Marcio Lacerda. (Lucas Pavanelli)

 

Fonte: O TEMPO

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